Dores, formigamento e dormência no ombro, braço e mãos podem ser sinais da Síndrome do Desfiladeiro Torácico

Por: Elissandro Sutil

09/09/2021 - 08:09 - Atualizada em: 09/09/2021 - 09:26

A Síndrome do desfiladeiro torácico é um grupo de desordens que ocorrem quando as veias e os nervos são comprimidos no espaço entre a clavícula e a primeira costela. Isto pode causar dor no ombro, no pescoço e dormência nos dedos.

O cirurgião torácico, Dr. Giovani Mezzalira, explica que as causas comuns, as quais podem gerar essa desordem, são sequelas após acidentes, lesões por movimentos repetitivos, defeitos anatômicos, e em alguns casos podem ser indeterminadas.

Ela pode ser classificada em:

  • Neurogênica: é a mais comum e é ocasionada pela compressão do plexo braquial, o plexo é a rede de nervos que saem da coluna cervical e seguem até as pontas dos dedos;
  • Vascular: ocorre quando a veia ou a artéria chamada de sub-clavicular é comprimida em repouso ou em algumas posições do braço;
  • Não Especifica: as pessoas que têm, apresentam dores crônicas nos ombros, no pescoço, no tórax, no braço, antebraço e mão, geralmente pioram com movimentos. A causa não é encontrada e o diagnóstico fica incerto.

O especialista destaca alguns sintomas ou sinais básicos:

  • Dor no pescoço , ombro ou mãos;
  • Enfraquecimento do membro superior afetado e ou pescoço;
  • Adormecimento, formigamento do braço até a mão;
  • Descoloração e mudança da cor da mão;
  • Sudorese da mão;
  • Esfriamento dos dedos , mãos e ou dedos, casos mais graves pode ocorrer a trombose.

Segundo o médico, as mulheres são mais diagnosticadas do que os homens e a idade preferencial está entre os 20 e os 40 anos. Ele ainda ressalta que as complicações acontecem devido a um dano progressivo no nervo e na síndrome vascular, “em muitos casos, a desaceleração do fluxo sanguíneo é devido a compressão que pode gerar a trombose do braço. Algumas vezes pode acontecer a formação de aneurismas na região agredida”, pontua Mezzalira.

Quem têm esta síndrome deve evitar fazer movimentos repetitivos, levantar peso, carregar coisas acima do ombro e investir em fisioterapias para alongar e fortalecer.

“Conversei com uma paciente que sofreu por anos usando diversas terapias e no final foi encaminhada por um colega de Itajaí para realizar o tratamento cirúrgico. Usei a técnica minimamente invasiva (vídeo toracoscópica) para ampliar a passagem. Agora ela me relatou que não sente mais nenhum dos sintomas da síndrome e que não usa mais nenhum remédio, parceiros dela por mais de 10 anos”, conta o cirurgião.

Ele ainda destaca que hoje a técnica se diversifica e além da vídeo cirurgia convencional pode usar a técnica robótica para descomprimir o estreito por onde passa a rede de nervos e vasos em direção ao braço. “Este avanço visual e a mobilidade da pinças favorecem a técnica com o uso do robô para dissecações minimalistas e a Síndrome do desfiladeiro ganhou muito com isto”, finaliza Mezzalira.

O texto contou com a participação do especialista Dr. Giovani Mezzalira.

Sobre o especialista

O Dr. Giovani W. Mezzalira (CRM-SC 8611) atende na Clínica Toracopulmonar em Jaraguá do Sul. É formado em medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também se especializou em cirurgia geral. É cirurgião torácico, especializado pelo Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, mestre em cirurgia torácica pela PUC/PR, possui certificação em Cirurgia Robótica pelo Instituto Falk (PR) e pós-graduação em Cirurgia Robótica pelo Hospital Israelita Albert Einstein (SP).