A cada dois anos, moradores e turistas têm um encontro com uma das maiores vocações de Corupá: o cultivo, em escala, de plantas ornamentais. É nesse intervalo de tempo que ocorre a Feira Catarinense de Plantas Ornamentais (Fecaplant), um evento voltado para negócios que permite aos visitantes apreciarem toda a beleza das variedades cultivadas no município. E que mostra porque a cidade é um jardim gigante, distribuído entre inúmeras propriedades que se dedicam ao plantio de diversas espécies que são comercializadas em Santa Catarina e em todo o Brasil.
O cultivo de plantas ornamentais é a segunda atividade agrícola do município, atrás apenas da bananicultura. Não há uma situação ou momento específico que explique a ascensão do plantio como um modelo de negócio, mas, a julgar pelo hábito de cultivar jardins que vimos em muitas propriedades de imigrantes europeus, especialmente dos alemães, podemos ter um dos motivos.
São mais de 150 produtores voltados a esse mercado. Para a economia de Corupá, a estimativa é de que os valores movimentados representem 34,5% do PIB municipal
Nos jardins do Brasil
A produção do município abastece floriculturas em todo o Brasil, além de empresas de paisagismo, no caso de plantas de maior porte, que, em muitos casos, vão ornamentar jardins em propriedades de luxo em todo o território nacional. Uma dessas propriedade é a Rony Gigante. Entrar na área de cultivo é quase como entrar em um cenário de filme, com suas espécies “gigantes” espaçadamente dispostas.
A Rony Gigante conta com algumas espécies com mais de 100 anos, para apreciação dos visitantes. Entre as espécies cultivadas destacam-se jabuticabeira, flamboyant, catus parafuso, buganville, ipê roxo, jasmin manga, oliveiras, ipê amarelo, limão taiti, canariense, limão siciliano, kaisuka, camélia vermelha, xanthorrea, buxos, magnolia, plátanos, yucca rostrata, Lagerstroemia, sebal mexicano, grumixama, ameixa italiana, pêra, liquidambar, pandanus, livistona, jacarandá, butiás, álamos, pêssegos, cerejeiras, ipê rosa e dactífera e canariense.
A cidade é também conhecida como Capital Catarinense das Orquídeas por ser a sede de um dos maiores produtores dessa espécie no estado, o Alvim Seidel Orquidário Catarinense, fundado por Roberto Seidel. Ele chegou em Corupá em 1902, iniciou uma modesta floricultura em 1906, produzindo principalmente plantas ornamentais e frutíferas. Mais tarde, dedicou-se ao cultivo de algumas orquídeas.
Foto: Tudo de Orquideas
Em 1945, o estabelecimento foi partilhado entre os filhos. Um deles, Leopoldo, ficou com a parte de plantas ornamentais e frutíferas, enquanto Alvim, então com 18 anos, com as orquídeas e bromélias, expandindo o empreendimento. Atualmente, a empresa é administrada por Donato Seidel e Donato Seidel Jr., respectivamente filho e neto de Alvim Seidel. No sie da empresa é possível verificar todas as espécies disponíveis para comercialização. Sua produção é frequentemente exposta em feiras do setor. Eventualmente, o próprio orquidário realiza exposições próprias.