A vida não é infinita, e está contida em cada minuto, em cada passo e escolha. Aquela tal de “nova vida” que vai fazer os seus dias mais felizes não começa na semana que vem, ou quando você se aposentar… A vida sempre se (re)faz e (re)começa na sua próxima respiração, ou no exato momento de decidir viver cada segundo como se fosse o último.
Cecília Meireles já escreveu um poema falando sobre escolhas, “Ou isto ou aquilo?”: “ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro. Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo… e vivo escolhendo o dia inteiro!“
Esta semana tenho refletido sobre o sentido do verbo “escolher”, talvez porque estamos em tempos de eleições, e o poder de voto se refere a uma importante escolha, garantida pela Constituição Federal (1988), Art. 14., no qual lemos que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei.”
Bem, voltando ao assunto, as opções surgem diariamente em nossas vidas; desde o instante em que escolhemos se vamos sair da cama com o pé esquerdo ou direito ao tipo de alimentação e às relações que cultivaremos. Isso significa que somos livres para escolher, mas teremos de arcar com as consequências desta escolha.
Na verdade, até mesmo quando não escolhemos, ainda assim, estamos fazendo nossa opção.
Por essa razão, precisamos refletir sobre nossas atitudes, buscando ser menos impulsivos e percebendo que não há, necessariamente, “o certo e o errado”, mas uma consequência e possibilidade de avaliação acerca do que se ganhou e do que se perdeu com cada escolha feita.
Algumas vezes, não temos como fazer prevalecer aquilo que queremos, tendo em vista que não estamos sozinhos neste planeta. Assim, nossas escolhas individuais também afetam o outro; o coletivo e vice-versa.
Nessa vereda, todo processo de decisão apresenta algum tipo de dificuldade, a menos que seja algo positivo. Logo, a maior parte das pessoas enfrentará desafios na hora de eleger um caminho.
Nesse compasso, “escolher” é uma oportunidade de nos conhecermos mais, pois entramos em contato com nossos medos e questionamentos em relação aos fatos já estabelecidos no momento presente, e ainda contactamos aquilo que desejamos para o futuro de nossas vidas.
Dessa forma, reconhecermos nossos pontos fortes e fracos é parte essencial nesse processo de tomada de decisão. Por fim, toda escolha é uma renúncia e, possivelmente, renunciar é mais complexo do que escolher, já que abrir mão de algo ou alguém exige autonomia e segurança. Agora é comigo e com vocês. Basta a gente escolher. Como escreveu e cantou Sérgio Britto: “Quando não houver caminho, mesmo sem amor, sem direção… A sós ninguém está sozinho. É caminhando que se faz o caminho…”. Que façamos o nosso a passos firmes e avantes!