Vacina brasileira contra Covid-19 poderá ser usada anualmente

Foto: Reprodução TV Brasil

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

02/08/2021 - 09:08 - Atualizada em: 02/08/2021 - 09:44

A vacina brasileira SpiNTec, desenvolvida pelo CTVacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), poderá ser utilizada na vacinação anual contra a Covid-19. A informação foi dada neste domingo (1º) pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva.

No sábado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que recebeu o pedido para realização de estudos de fases 1 e 2 da SpiNTec.

Segundo os procedimentos da Anvisa, a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos realizados em laboratório e em animais.

Durante a entrevista deste domingo (1º) com Marcos Pontes, juntamente com representantes da universidade, o ministro afirmou que o trabalho de sua pasta está em sintonia com o do Ministério da Saúde. Segundo ele, a SpiNTec poderá ser usada em campanhas anuais, assim como outras vacinas nacionais que surgirão.

“Teremos vacinação anual. E o fato de termos vacinas nacionais significa que elas poderão ser usadas nestas vacinações. A ideia é que tenhamos esta vacina participando do plano nacional.” disse Pontes.

Pontes ainda destacou o fato de vacinas como a SpiNTec estarem surgindo em intervalos menores, em apenas alguns meses. Anteriormente, pontuou o desenvolvimento de imunizantes durava entre 5 e 10 anos.

Durante a coletiva de imprensa, pesquisadores da UFMG e técnicos do ministério explicaram detalhes da SpiNTec. A vacina utiliza a estratégia de proteína recombinante, que consiste na identificação, dentro do genoma do novo Coronavírus, das sequências com informações para produção de proteínas. Estas sequências são introduzidas em bactérias que, passam a produzir proteínas que servirão para a formulação da vacina.

Como a vacina usa a tecnologia de proteína recombinante, a expectativa é de que seu custo final seja inferior ao de outros imunizantes que já estão no mercado.

Nos testes que já foram realizados, a vacina funcionou em animais. Agora, os pesquisadores esperam, com a anuência da Anvisa, testá-la em seres humanos.

A expectativa dos pesquisadores é de que a SpiNTec seja aplicada em duas doses, como a maioria das vacinas já autorizadas no País, com intervalos de 21 dias. Nos ensaios pré-clínicos, foram feitos testes com pelo menos uma das variantes do novo Coronavírus e o imunizante brasileiro se mostrou eficaz.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).