“Temos em torno de 21 mil jaraguaenses que não tomaram a primeira dose”, comenta secretário de Saúde

Secretário de Saúde Alceu Moretti. Foto Eduardo Montecino/PMJS

Por: Natália Trentini

10/09/2021 - 08:09 - Atualizada em: 10/09/2021 - 12:27

Jaraguá do Sul registrou desde o início da pandemia da Covid-19 quase 34 mil casos. O avanço da vacinação tem reduzido gradativamente o número de infectados e de complicações em decorrência da doença.

Em entrevista ao OCP News, o secretário municipal de Saúde Alceu Moretti, fala sobre o reflexo da imunização e a flexibilização de algumas atividades, alertando também sobre as necessidades dos cuidados diários serem mantidos.

Como a Secretaria tem percebido esse momento de redução no número de óbitos e casos?

A sensação da população é que está tudo bem, pelo fato de que não tem mais óbitos, menos casos positivos, mas nós temos que levar em consideração que há uma nova variante circulando, ela está no município e na região. Temos que estar atentos. É importante dizer que a vacinação é comprovadamente eficaz porque tem diminuído muito as complicações, principalmente, as internações e por consequência os óbitos, mas temos que permanecer nos cuidando para que daqui para frente, setembro, outubro, novembro, dezembro, avançando a vacinação, e por consequência chegar lá no Natal, podermos estar reunidos com as nossas famílias. Passamos vários meses, um ano e meio praticamente, muito difícil, em todo país, em todo mundo. Uma pandemia que não esperávamos que chegasse nesse volume, mas chegou, com milhares de óbitos no país. O momento ainda é de permanecer nos cuidando.

Já é possível notar a diferença da variante Delta em relação ao vírus que chegou inicialmente em Jaraguá do Sul?

As pesquisas dizem que é mais transmissível, é menos letal, mas é mais transmissível. Então é importante as pessoas manterem os cuidados. Não tem como visualizar isso. Comprovadamente dizem que tem um poder de 96% maior do que os outros vírus. Temos que cuidar. Tem mais casos que foram enviados para o Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) para investigação. A gente espera que essa viariante venha num volume menos acentuado. Todas as vacinas que estão sendo oferecidas combatem o coronavírus. Então temos que vacinar. Quase 86% das pessoas com 18 anos ou mais já tomaram a primeira dose, um percentual grande também em relação à segunda dose e temos que avançar.

O jovem é um vetor da Covid, apesar de não haver tantas complicações. Como será a vacinação desse público?

Dez por cento das vacinas para esse público de 12 a 17 vão ser para as pessoas, crianças, jovens, com comorbidades, os 90% vamos por faixa etárias. Vamos estar vacinando jovens e adolescentes com comorbidades e diminuindo as faixas etárias. Nós temos aqui em Jaraguá do Sul 15 mil (pessoas) de 12 a 17 anos, então nós temos um público grande que será vacinado em breve.

A secretaria precisou fazer campanhas para o público voltar e tomar a segunda dose. Como tem sido o comportamento da população?

Esse é um momento que não podemos pensar em nós, sermos individualistas. Esse é um momento de nós pensarmos coletivamente. Estamos diante de uma pandemia em que todos deveriam vacinar. Hoje nós temos em torno de 21 mil jaraguaenses que não tomaram a primeira dose “18 anos mais”, e que deveriam ter vindo à Central de Vacinação. E também na segunda dose nós temos percebido que muitas pessoas não têm vindo: mas tem que vir.

A gente fica contente porque estamos vendo pessoas de 75 anos, 60, vindo tomar a primeira dose. É sinal que as pessoas estão entendendo a necessidade, a importância. Quando começou a vacinação em Jaraguá do Sul, todos os profissionais da área da saúde foram vacinados com a Coronavac.

A maior dificuldade nossa a nível de Secretaria e hospitais, e mundo afora, era em relação aos profissionais de saúde contaminados com o vírus, afastados, doentes, vindo a óbito. Após a vacinação dos profissionais de saúde de Jaraguá do Sul, com a Coronavac, eu que estou no dia a dia ali, praticamente não ouvi mais de funcionários da área pública e privada afastados por Covid-19.

Foto: Eduardo Montecino/Divulgação

Está se falando de uma terceira dose para o público idoso. Isso deve acontecer aqui?

Isso vai acontecer, evidentemente, são portarias que vem do Ministério da Saúde, nós acatamos, seguimos rigorosamente. Vai vir uma terceira dose para quem já tomou a segunda dose em um intervalo de seis meses. Vamos estar tomando sim a terceira dose, é importante. Acredito, não está no papel ainda, não tem nada normatizado, que vai ser uma vacina meio que de rotina. Vamos tomar todo ano até que o vírus realmente enfraqueça e aí sim, vamos estar vivendo dias melhores.

Está acontecendo uma flexibilização de eventos e atividades. Como isso vai acontecer por aqui?

Lá no início da pandemia, em março do ano passado, fechou tudo, lockdown. Se foi importante, se não foi importante, não adianta ficarmos questionando nesse momento, mas a economia aqui de Jaraguá do Sul sempre permaneceu ativa, com todos os cuidados e regramentos. Evidentemente alguns setores foram prejudicados, especialmente o de eventos. Mas a grande maioria seguiu quase que normalmente. Agora com o avanço da vacinação, com a diminuição dos casos, com certeza tudo isso vai estar retornando com regramentos. Vamos ter uma nova normalidade. Como era lá trás, difícil voltar num momento próximo, mas vamos estar retornando sim, com cuidados, regramentos e disciplina.