Em pronunciamento ao vivo pela rede de televisão, no início da tarde desta sexta-feira (25), o presidente Michel Temer anunciou uma medida extrema para acabar com a paralisação dos caminhoneiros: a intervenção das forças armadas para desobstruir as estradas.
Em seu discurso, disse que o governo atendeu a 12 reivindicações da classe e alegou que a categoria havia se comprometido a encerrar imediatamente a greve após a assinatura do acordo, na noite de quinta-feira (24). Chamou os caminhoneiros que permaneceram nos bloqueios de radicais e alegou que os que ficaram são minoria.
“Alguns caminhoneiros estão fazendo a sua parte. Infelizmente, uma minoria radical tem bloqueado as estradas e impedido que muitos caminhoneiros levem adiante o seu desejo de atender a população e fazer o seu trabalho. Eu quero anunciar, portanto, e de imediato, que vamos implantar o plano de segurança para superar graves efeitos do desabastecimento causados por essa paralisação. Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear estradas e estou solicitando que os senhores governadores façam o mesmo”, declarou Temer.
AO VIVO: acompanhe a paralisação dos caminhoneiros em SC
Em Santa Catarina, o quinto dia de greve foi marcada pelo maior número de bloqueios em estradas, com mais de 100 pontos mapeados pelas polícias rodoviárias nesta sexta-feira. No entendimento do presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de Santa Catarina (Sindicam), Francisco Biazotto, as lideranças sindicais não se entenderam com os representantes do governo que assumiram a negociação em Brasília.
“Imagine, 10% de desconto por 30 dias? Eu entendo que tem que ter uma redução do que foi aumentado neste ano e deve permanecer até, pelo menos, o final do ano. Se há deflação, como o combustível sobe tanto? Para quê? Abastecer uma estatal que foi arrombada? Não estou incitando ninguém, mas, na minha opinião, se o caminhoneiro vai se desmobilizar pra pagar para trabalhar, então que fique parado e tentando reaver a negociação”, avaliou Biazotto.
Outras entidades que representam os caminhoneiros manifestaram que a intenção era aguardar a oficialização da proposta com publicação no Diário Oficial para garantir que as promessas do governo serão cumpridas. Só que o Senado não demonstrou preocupação em acelerar a votação da proposta do governo já aprovada pela Câmara dos Deputados, uma vez que há interpretações distintas das determinações.
Confira alguns pontos da proposta do governo
– Preço do diesel será reduzido em 10% e ficará fixo por 30 dias. O valor ficará fixo em R$ 2,10 nas refinarias pelo período
– Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em $ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação para a petrolífera.
– A cada 30 dias, o preço do combustível será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
– Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de cargas
– Tabela de frete será reeditada a cada três meses
– Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
– Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas
– Entidades e governo terão reuniões períodicas
– Petrobras irá contratar caminhoneiros autônomos como terceirizados para prestação de serviços
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