Seripa divulga dados da investigação da queda de helicóptero em Joinville

Por: Windson Prado

13/03/2018 - 14:03 - Atualizada em: 14/03/2018 - 12:03

Investigadores do Seripa 5 (Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) divulgaram nesta semana dados de como está a investigação da queda do helicóptero em Joinville. O incidente aconteceu na tarde da última quinta-feira (8), no bairro Paranaguamirim, na zona Sul da cidade, deixando três pessoas mortas e uma ferida.

O primeiro passo na investigação foi fazer todo o registro fotográfico do que restou da aeronave, de matrícula PR-HBB. Depois disso, os pedaços da fuselagem foram encaminhados para análise. Outro procedimento já realizado pelas equipes do Seripa 5 foi ouvir os relatos de testemunhas e reunir documentos, como imagens de câmeras de monitoramento que possam ajudar na apuração do que motivou a queda.

Uma das gravações analisadas pelo órgão será esta, feita pela câmera de monitoramento da casa na qual a aeronave caiu em frente. Veja

https://www.youtube.com/watch?v=rVbSVhynnRk

Nesta semana o IGP (Instituto Geral de Perícias) de Joinville afirmou também que os corpos do piloto da aeronave, Antônio Mário Franco Aguiar, 56 anos, o ajudante de pista, Bruno Siqueira, 21, e o passageiro que está em processo de identificação não tinham marcas decorrentes de tiros. É possível que o corpo sem identificação seja de Ivan Alexandre Zurman Correa. Familiares dele procuraram a Polícia Civil para relatar o desaparecimento do rapaz. Eles foram orientados a irem até o IML (Instituto Médico Legal) de Joinville para coletarem amostras de DNA que serão comparadas com a vítima carbonizada.

O Seripa 5, que integra o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), informou também que investigação tem o objetivo de prevenir que novos acidentes com as mesmas características ocorram. “A necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes garante a liberdade de tempo para a investigação. A conclusão de qualquer investigação conduzida pelo órgão terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade do acidente”, disse o Cenipa, por meio de nota.

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Entenda o caso | O acidente

  • Tudo aconteceu na tarde da quinta-feira, 8 de março, depois de dois homens irem até a base da empresa Avalon Táxi Aéreo, que fica em frente ao Parque Beto Carrero World, em Penha. Eles contrataram um sobrevoo em Joinville, alegando que queriam fotografar um terreno na cidade. Para isso, pagaram R$ 3,1 mil em dinheiro.
  • Os dois homens embarcaram no helicóptero da marca Bell, modelo 206B Jet Ranger III, fabricado em 2010, com prefixo PR-HBB, junto ao piloto, Antônio Mário Franco Aguiar, 56 anos, o ajudante de pista, Bruno Siqueira, 21. Um dos passageiros viajou ao lado do piloto na frente da aeronave, e o outro foi na parte de trás ao lado do auxiliar de pista.
  • Já em Joinville, às 15h40 o helicóptero cai e explode em frente a duas casas da Servidão Adenilda Roeder, no bairro Paranaguamirim. Piloto, auxiliar de pista e um dos passageiros morreram na hora. Eles tiveram os corpos carbonizados.
  • Um dos passageiros, identificado como Daniel da Silva, 18 anos, sobreviveu. Ele está internado em estado grave no Hospital Municipal São José de Joinville. Logo após a queda, a Polícia Militar descobriu uma pistola e um revólver, em meio aos escombros. Também foi apurado que Daniel é ex-detento do Presídio Regional de Joinville, e estava em liberdade provisória.
  • Isso, aliado a informação de que o piloto do helicóptero teria emitido um alerta as autoridades dizendo que a aeronave estava sendo sequestrada – fato que ainda está sendo confirmado – levantaram as suspeitas de que os dois homens tomaram o helicóptero para fazerem o resgate de um preso da Penitenciária Industrial de Joinville. O helicóptero caiu a exatos 2,5 quilômetros do complexo prisional de Joinville.
  • O nome do preso que supostamente seria resgatado começou a circular nas redes sociais, e o apenado foi transferido para uma prisão de segurança máxima. Daniel teve a prisão decretada e está internado com escolta policial.
  • O Jornal de Joinville conversou com os diretores das cadeias, que negaram qualquer movimentação estranha naquela quinta-feira nas unidades prisionais.
  • Como o suposto crime de sequestro seguido de acidente aconteceu no ar, o caso foi repassado à Polícia Federal de Joinville, que apura a parte criminal dos fatos. Já as causas do acidente são investigadas pelo Cenipa.

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