Selo de Jaraguá nas Olímpiadas do Rio 2016

Proprietários da Aldonox, Édina e Aldori Bruhmüller, preparam peças que serão utilizadas em 58 embarcações da Marinha Brasileira - Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

18/06/2016 - 04:06 - Atualizada em: 21/06/2016 - 08:47

No interior de uma pequena fábrica na rua Francisco Todt, no bairro Czerniewicz, uma equipe de profissionais trabalha dia após dia na construção de uma série de peças muito especiais. O trabalho minucioso e manual exige habilidade, a fim de garantir que cada item se encaixe perfeitamente no lugar para o qual foi desenhado. Tanto esforço tem um bom motivo: muito em breve, estas peças estarão embarcando para um dos eventos esportivos mais importantes do mundo, as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Desde março deste ano, os empresários jaraguaenses Édina e Aldori Bruhmüller, da Aldonox, comandam a equipe responsável por criar as peças de inox que serão instaladas em 58 embarcações dos Jogos Olímpicos, utilizadas pela Marinha Brasileira para acompanhamento técnico. São mais de mil peças produzidas quase de forma artesanal. Cada item tem uma função específica, sendo utilizados tanto na confecção da cobertura e dos beirais, quanto nos detalhes finais, como bancos e suportes para bóias.

“O material é enviado para uma empresa de São Francisco, onde são produzidos os barcos. É tudo feito sob medida, o que tem exigido dedicação total desde as primeiras horas da manhã até a noite”, conta Édina. Hoje, 90% da produção da empresa está direcionada para o pedido. São cinco profissionais envolvidos com o projeto, cada um responsável por uma etapa da produção.

“Tem peças de todos os tamanhos. As menores ficam em torno de 40 milímetros, enquanto as maiores podem chegar a 4,5 metros de diâmetro”, detalha Bruhmüller, enquanto manuseia uma grande peça no torno. Cada um dos 58 kits contém cerca de 20 peças, feitas em um material especialmente produzido para resistir à água e aos efeitos corrosivos do mar. “Esse inox possui uma liga diferenciada, que permite que ele dure por muitas décadas sem sofrer qualquer dano pela água”, explica Édina.

Para garantir o prazo de entrega das peças, que termina em julho, os empresários confiam boa parte do trabalho à equipe, parceira de muitos projetos. “Sabemos que a empresa é formada por todos nós, e que sem a dedicação deles nada seria possível. É uma grande honra poder fazer parte de um momento destes, que vai marcar a história do país. Somos uma empresa pequena, isso mostra que estamos chegando lá”, orgulha-se Édina, que atua há 10 anos no ramo ao lado do marido.

Além da oportunidade de participar de um momento histórico, o evento também trará resultados financeiros positivos em um ano de vendas reduzidas. “Esses eventos ajudam muito as empresas menores, trazendo oportunidades que podem impulsionar significativamente os negócios”, destaca Édina. Cada um dos kits produzidos pela empresa custa em torno de R$ 7 mil, somando mais de R$ 400 mil no total.

“Esperamos também ganhar visibilidade, já que um evento desses é um atestado de qualidade. Sem dúvida quando os esportes aquáticos começarem vamos correr para a televisão para espiar os barcos, que servirão de base para as equipes técnicas”, comenta Édina, sorrindo. “Também já estamos preparando o churrasco para comemorar quando todo o trabalho chegar ao fim”, complementa ela, brincando.

Até agora, cinco empresas catarinenses foram selecionadas para fornecer produtos e serviços para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Além da Gamper Náutica, de São Francisco do Sul (empresa para a qual a Aldonox está fornecendo as peças de inox), estão a Squadra Marine Velas Sul, que trabalha com a locação de embarcações; o Grupo DOT, que fornece o sistema de informação para o monitoramento; a Número 1, que trabalha com banheiros portáteis; e o grupo que integra as empresas Nob Multisports e Skyhill, que vai fornecer cerca de duas mil camisetas para atletas da competição.

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Publicação da Rede OCP de Comunicação