O segundo dia de paralisação dos caminhoneiros autônomos em protesto ao aumento dos combustíveis iniciou ainda mais forte em Santa Catarina. Se a segunda-feira (21) terminou com 14 manifestações nas estradas, a terça-feira (22) amanheceu com 21 pontos de protestos em rodovias federais e passou para 27 durante a tarde, segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal.
Uma única rodovia estadual (SC-407) foi tomada por manifestantes na manhã desta terça. Não por acaso, é o principal acesso à uma distribuidora da Petrobrás em Biguaçu. Os caminhoneiros obstruíram a passagem de veículos de carga.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), responsável pela convocação da paralisação nacional, registrou manifestações em 19 estados na segunda-feira: Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, Ceará, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.
A estimativa da instituição é de que cerca de 200 mil caminhoneiros tenham participado do protesto. A conta foi realizada com apoio do monitoramento da PRF.
“O foco da paralisação é forçar a baixa dos preços dos combustíveis que está impactando negativamente no custo do transporte. Na última semana, tivemos seis aumentos significativos e não temos mais condições de trabalhar e, muito menos, de arcar com o prejuízo da Petrobras, pois não fomos nós que a dilapidamos”, disse o caminhoneiro autônomo, Osni Capraro.
A Petrobrás anunciou novo aumento no valor repassado às distribuidoras para esta terça-feira (22). O óleo diesel aumenta de R$ 2,3488 para R$ 2,3716 o litro, e a gasolina de R$ 2,0680 para R$ 2,867 o litro.
Confira os locais das paralisações:
Região Sul
- Imbituba (km 282 da BR-101): Manifestação fora da rodovia;
- Tubarão (km 342 da BR-101): Veículos de carga convidados a parar;
- Jaguaruna (km 354 da BR-101: Tratores estão obstruindo pista da direita de ambos os sentidos. veículos de carga são convidados a parar;
- Araranguá (km 421 da BR-101): Veículos de carga são convidados a parar;
- Maracajá (km 402 da BR-101): Veículos de carga são convidados a parar.
Vale do Itajaí
- Navegantes (km 9 da BR-470): Manifestação fora da rodovia;
- Itajaí (km 116 da BR-101): Veículos de carga convidados a parar;
- Indaial (km 68 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
- Rodeio (km 82 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
Planalto Norte e Norte
- Joinville (km 26 da BR-101): Veículos de carga são convidados a parar.
- Araquari (BR-280, km 21): Veículos de carga são convidados a parar.
- São Francisco do Sul (km 3 da BR-280): Veículos de carga convidados a parar.
- Mafra (km 7 da BR-116): Veículos de carga são convidados a parar.
- Rio Negrinho (km123 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
- Canoinhas ( km 231 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
- Papanduva (km 54 da BR-116): Veículos de carga são convidados a parar.
- Monte Castelo (km 99 da BR-116): Veículos de carga convidados a parar. Pistas Norte e Sul interditadas com liberação intermitente, sem congestionamento significativo.
Região Serrana
- Santa Cecília (km 138 da BR-116): Veículos de carga convidados a parar;
- Lages (lm 245 da BR-116): Veículos de carga convidados a parar;
- Campos Novos (km 344 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar;
- São José do Cerrito (km 263 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar;
- Curitibanos (km 249 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
Oeste e Meio Oeste
- Joaçaba (km 395 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar;
- Ponte Serrada (km 463 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
- Nova Erechim (km 571 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
- Xanxerê (km 502 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
- Maravilha (km 606 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
As reivindicações
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) protocolou na última segunda-feira (14), ofício para cobrar medidas do governo Federal em função do aumento das refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel.
“As recentes paralisações feitas em diversas rodovias do país refletem o desespero e a insatisfação da categoria, que não têm seus pleitos ouvidos pela Governo. Além da correção quase que diária dos preços dos combustíveis realizado pela Petrobrás, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS e Cofins, majorados em meados de 2017 com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do Governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, divulgou a Abcam.
A associação defende ainda que a redução dos tributos poderia impactar em queda nos custos da produção agropecuária, no preço do frete dos alimentos e nas tarifas do transporte em geral, o que beneficiaria a população.
No documento protocolado na Presidência da República e na Casa Civil, a Abcam sugeriu a “criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo, destinado ao custeio de um programa para aquisição de óleo diesel, ou um sistema de subsidio para aquisição de óleo diesel por parte dos transportadores autônomos”.
https://www.youtube.com/watch?v=soOUZREI75k&feature=youtu.be