Saúde pede que municípios investiguem possíveis erros em vacinação de adolescentes em SC

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Por: Ewaldo Willerding Neto

16/09/2021 - 19:09 - Atualizada em: 16/09/2021 - 19:34

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive/SC) vai solicitar aos municípios do Estado para que seja apurada possíveis aplicações de doses dos laboratórios AstraZeneca/Fiocruz, Sinovac/Butantan e Janssen em adolescentes de 12 a 17 anos, conforme informação divulgada pelo Ministério da Saúde nesta quinta (16).

Até o momento, apenas o imunizante da Pfizer foi testado e aprovado para ser aplicado nesta faixa etária. Possíveis inconsistências levaram o Ministério da Saúde a recomendar a suspensão da aplicação de doses para adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades.

A Secretaria de Saúde de Santa Catarina esclareceu que os dados de vacinação já estão sendo levantados pela Dive. Caso tenha ocorrido erro de registro, os municípios devem fazer a correção no sistema; já no caso de doses aplicadas indevidamente, os municípios devem realizar o registro desta aplicação no sistema do Ministério da Saúde como Erro de Imunização, e realizar o acompanhamento destes adolescentes.

 

 

Em reunião extraordinária da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) na tarde desta quinta, o estado, em conjunto com os municípios catarinenses, decidiram que será mantida, priorizando aqueles portadores de comorbidades, deficiência permanentes, gestantes, puérperas, lactantes e sob medidas sócio educativas. Para isso, deverá ser utilizada a vacina do laboratório Pfizer, único autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizado nesse grupo etário.

A decisão foi baseada em posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) que indica a aplicação da vacina em adolescentes, tendo em vista que testes demonstraram alta eficácia e boa segurança da vacina Pfizer neste grupo etário. Além disso, ainda de acordo com a OMS, evidências sugerem que os adolescentes têm tanta probabilidade de transmitir a Covid-19 quanto os adultos.

Durante a reunião, o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário, destacou que a vacinação dos adolescentes é necessária, importante e que não existe nenhuma contraindicação de vacinação deste público com doses da vacina Pfizer, já aprovada pela Anvisa para essa aplicação.

“Apesar dos adolescentes terem menor probabilidade de evoluir para formas graves da doença e até mesmo morrer por Covid-19, dados do Ministério da Saúde demonstram que, somente em 2021, ocorreram aproximadamente 1.300 óbitos de crianças e adolescentes no Brasil decorrente da Covid-19. Além disso, a vacinação deste público é essencial para que haja controle da circulação do vírus e também para prevenir que os jovens, caso acometidos pela doença, carreguem sequelas da Covid-19 por toda a vida”, assinalou o superintendente.

Os membros da Comissão também votaram por elaborar um documento solicitando apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) para que o Ministério da Saúde reconsidere a decisão de suspender a vacinação dos adolescentes, tendo em vista a importância de imunizar este grupo.

Entenda o caso

Na noite da última quarta-feira (15), o Ministério da Saúde enviou Nota Informativa aos estados brasileiros recomendando que as vacinas contra a Covid-19 do fabricante Pfizer sejam aplicadas somente nos adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech) para os adolescentes. Desta forma, segundo a Nota Informativa do MS, fica suspensa a aplicação da vacina Pfizer em adolescentes que não façam parte de nenhum grupo prioritário.

Notificar e investigar eventos adversos pós-vacinação (EAPV) é norma do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e assumem fundamental importância diante da utilização de novas vacinas. Sintomas indesejáveis entre outros eventos inesperados após vacinação devem ser notificados e investigados. Diante da notificação de EAPV grave, associado à óbito, o PNI pode determinar eventualmente a suspensão temporária ou até mesmo definitiva do uso da vacina envolvida, dependendo da elucidação do caso.