A partir de janeiro de 2018, a gestão da coleta e manejo de resíduos sólidos em Jaraguá do Sul será feita pelo Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto). A principal mudança para os usuários é a alteração na forma de pagamento da tarifa de lixo, que passará a ser cobrada mensalmente junto a conta de água. A proposta foi apresentada nesta sexta-feira (1º) no gabinete do prefeito Antídio Lunelli e ainda deverá ser votada pela Câmara de Vereadores.
Atualmente, o contribuinte paga a taxa no carnê do IPTU e não existe diferenciação de categorias. Com a mudança, o valor irá variar de acordo com a estrutura do usuário e terá reajustes: residencial (4,74%), comercial ou indústria (9,58%), público (2,12%) e social (-6,69%). Para as contas residenciais, por exemplo, a taxa é de R$ 204,25 por ano na coleta alternada, com o reajuste custará R$ 214, 41. O valor será pago em 12 vezes de R$ 17,87.
Conforme a proposta, o Samae inicia a leitura no dia 1º de janeiro e a primeira fatura será cobrada em fevereiro de 2018. Para tornar a alteração possível legalmente, a taxa de lixo será transformada em Tarifa de Manejo de Resíduos (TRM).
Segundo a proposta, o Samae ficará encarregado de executar, por meio próprio ou com a terceirização, a coleta convencional (em contêineres, seletiva, mecanizada, compostagem residencial e reciclagem) e fazer a disposição final de resíduos e rejeitos. Tais atribuições estão atualmente com a Secretaria de Obras e Fujama, por meio de empresa contratada para os serviços, a Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda.
Como o contrato com a Ambiental segue até o fim de 2019, o sistema segue sem alteração. No entanto, o Samae irá administrar e fiscalizar o trabalho da empresa, assim como vai acompanhar a cobrança das tarifas. Com a Prefeitura, continuam os serviços de limpeza urbana, incluindo a varrição das ruas, limpezas de bocas de lobo e gestão do PEV (Ponto de Entrega Voluntária), que será aberto no próximo ano.
Ao apresentar o projeto, o presidente do Samae, Ademir Izidoro, enfatiza que muitos serviços de manejo no Brasil já são feitos pela companhia de saneamento. “É uma forma de melhorar o desempenho da cobrança e da administração, além de reduzir custos”, aponta.
Os gastos com a gestão do lixo no município ultrapassam os R$ 10 milhões por ano. Anualmente, a Prefeitura tem um déficit de mais de R$ 3 milhões, principalmente pela inadimplência. Segundo Izidoro, para o primeiro ano de gestão, o Samae prevê um déficit de aproximadamente R$ 500 mil. “Nossa intenção é diminuir ao máximo esse prejuízo. A volta da distribuição dos sacos verdes também deve auxiliar, alavancando o índice de reciclagem”, comenta.
Os estudos da nova gestão do lixo já apontaram que o Samae tem cerca de cinco mil cadastros a mais que a Prefeitura para pagamento do IPTU, que chega aos 57 mil contribuintes. “Já estamos realizando um levantamento de quem está cadastrado ou não para fiscalizar e cobrar com efetividade a tarifa”, explica o presidente.
O projeto de gestão está dividido em duas fases. Na primeira, o Samae assume o contrato de gestão de resíduos. Já na segunda, o prefeito deve avaliar o desempenho do serviço e definir se, após 2019, a coleta e manejo do lixo será feito por consórcio, gestão do Samae, privada entre outras. “O modelo futuro ter que ser sustentável, o de hoje não é. Nosso objetivo é continuar a frente do serviço”, afirma Izidoro.