Sabatina OCP – Jair Pedri

Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

15/09/2016 - 04:09 - Atualizada em: 15/09/2016 - 16:03

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Tendo como diretriz do plano de governo a proposta de “cuidar de gente”, caso seja eleito prefeito de Jaraguá do Sul, Jair Pedri (PSD) disse em entrevista ao OCP que fala de modo geral, referindo-se também ao pequeno empreendedor que busca uma oportunidade. Desta forma, sua proposta de gestão aborda o incentivo ao pequeno negócio, por meio de medidas como a concessão de alvará provisório.

Dentro da Prefeitura, o candidato, que foi o mais votado para Câmara na eleição de 2012, propõe a criação de um conselho permanente em sua gestão, composto por servidores públicos efetivos de todas as áreas. “Nós vamos criar esse grupo permanente de relacionamento com o servidor, a partir de fevereiro”, diz Pedri. Ele esclarece que a proposta é discutir com a categoria assuntos referentes ao funcionalismo público, como reajuste salarial, assédio moral e condições de trabalho.

Na sabatina, o candidato falou ainda sobre a participação da vice-prefeita de sua chapa, Márcia Alberton (PSDB), no governo – que deverá comandar alguma secretaria a ser definida -, e também sobre saúde, educação, arrecadação e lazer.

Embora os avanços nas últimas décadas tenham sido enormes, as mulheres ainda ocupam um espaço muito pequeno em cargos de chefia na administração pública e enfrentam uma série de obstáculos. Como o senhor projeta a participação das mulheres no seu governo, se eleito?
Bom, eu contemplei a mulher, quer dizer, eu não contemplei, fui contemplado com a presença feminina até na chapa. Eu sou o único candidato que tem uma candidata e isso para mim é motivo de muito orgulho. A Márcia vai representar toda essa força da mulher. É claro que nós teremos a participação feminina inclusive com a da Márcia, porque ela enquanto vice-prefeita vai assumir uma secretaria, vai literalmente ter uma função. As mulheres com certeza serão muito contempladas na nossa gestão, não só em primeiro escalão, mas também na questão de dignidade. A mulher é punida duas vezes hoje, falando de um modo geral, isso eu tenho percebido enquanto vereador. Primeiro ela tem dificuldades de arrumar o trabalho, quando arruma, ela não tem como colocar o filho na creche, então as mulheres de Jaraguá serão agraciadas no nosso governo.

Qual secretaria a Márcia assumiria?
Ainda não sei, essa é uma questão do PSDB, mas ela será secretária na nossa gestão, isso é uma coisa certa. Papel do vice-prefeito não pode ser figurativo, tem que fazer valer o seu salário, que por sinal será reduzido na nossa gestão na forma de lei em no mínimo 20%, incluindo todos os estranhos ao quadro, os comissionados. A gente não pode confundir gratificado com comissionado, eu estou falando dos cargos políticos, que não vão acabar nunca, vão existir sempre.

A fila na creche, com cerca de 800 crianças na lista, é um problema que, como o senhor falou, afeta principalmente as mulheres. Porém, mesmo com todos os investimentos, a cada ano, novas crianças engrossam a fila. Com a dificuldade do poder público de suprir esta demanda sozinho, o senhor projeta algum tipo de parceria com a iniciativa privada?
O número que tenho é maior, de crianças fora de creche, e essa fila não vai acabar nunca. Sempre pode tentar diminuí-la, mas não vai acabar. Agora o que nós temos que fazer é comprar vagas de creche. Essa é minha ideia que foi lançada há mais de um mês e está sendo copiada por outros candidatos, mas comprar vagas é a solução. Primeiro porque você resolve o problema da mãe, segundo que você resolve da iniciativa privada que tem uma empresa que precisa ter rendimento. Você contempla uma creche que tem 10, 15 funcionários e, o que é melhor, você não precisa inchar a máquina pública, que hoje se aproxima dos quatro mil funcionários. Essa parceria com o poder público, as terceirizações, vão naturalmente acontecer porque a máquina pública, seja no município, Estado, país, está cada vez mais inchada.

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Candidato afirma que não projeta grandes obras e destaca o cuidado com as pessoas como meta

Como o senhor pretende fazer de Jaraguá do Sul uma cidade melhor para se viver nos momentos de lazer? Quais os projetos para esta área?
Quando a gente fala de lazer, eu entendo que nós temos que tirar um pouquinho a coisa de lazer central, nós temos que oportunizar o bairro também. Temos que dar oportunidade para as pessoas que moram lá em Nereu Ramos e têm dificuldade em vir para o Centro. Quando a gente fala de lazer, o que a gente fala? Falamos dos parquinhos, campinho de futebol. Nós poderíamos lançar de forma gradativa na cidade e isso eu quero iniciar, não em todas, porque eu vou ir fazendo e não sei se vou ter orçamento para isso, mas poderíamos criar umas áreas de lazer nos bairros diferenciadas, quem sabe com campinhos de grama sintética, que é um custo único por dez, 12 anos, a garantia do material. Existe um custo? Existe, mas é único porque não exige manutenção, você coloca um campinho no interior com a grama sintética, entrega para associação de moradores fazer a regra de uso do espaço e eles se organizam. A comunidade e as associações querem ser parceiras, o que falta é chamá-los para responsabilidade. Também vamos fazer um palco alternativo para a comunidade do Loteamento Santo Antônio e vamos promover shows lá, para aqueles que têm um pouco menos de condição de ir para o Centro. Por que não fazer isso na Barra do Rio Cerro, que é uma cidade? Os palcos poderão promover shows, eventos e quem sabe algo que é muito forte nas comunidades: as pistas de skate. São coisas simples de fazer, que não demandam muito recurso, só precisa de vontade e quem sabe um estalo de dizer: vamos contemplar o pessoal dos bairros também.

O atual governo reformulou a Schützenfest, através de consulta popular, foi decidido que a mudança de data auxiliaria no sucesso da festa. O senhor, se eleito, manterá o modelo?
O modelo adotado nessa gestão de fazer a festa em novembro, que foi uma decisão conjunta com várias associações e com a Prefeitura, mostrou que funcionou bem. Eu mesmo participei, prestigiei a festa e pude perceber que foi uma ideia boa, a festa pode ser em novembro sem problema nenhum. Quem vai decidir isso são as associações de caça e tiro. Se eles quisessem retomar essa discussão não tem problema nenhum, eu não serei prefeito de imposição, quero ser prefeito de diálogo. Mas, eu reconheço que em novembro a festa foi boa, posso dizer que dos últimos anos foi a melhor.

Os estudos para o Plano Diretor mostraram que Jaraguá do Sul tem uma alta taxa de desocupação na área central enquanto a maioria dos loteamentos é levada para bairros distantes, dificultando que o poder público consiga levar infraestrutura urbana para esses locais. Esse tema esbarra diretamente na especulação imobiliária, como o senhor vê essa situação? É possível colocar a função social da cidade acima do interesse econômico?
Eu falo até como corretor de imóveis que eu sou, hoje existe muita área na mão de poucas pessoas. Outro grande problema é que quando você constrói um condomínio, por exemplo, os que foram construídos em Nereu, e não existe outra alternativa, a cidade exige que a gente verticalize. O grande problema é que a coisa vai de dentro para fora, em Nereu, por exemplo, quando foram construídos esses condomínios, faltava infraestrutura. Mas eu reconheço que essa questão de nós levarmos, expandirmos a cidade dos conjuntos habitacionais, ela é importante e necessária, porque a gente não consegue fazer um conjunto aqui na região central, temos que fazer no bairro, só que tem que ser uma coisa organizada, a gente não pode fazer por exemplo um condomínio em Nereu de um lado do asfalto sendo que tudo tem pra aqueles moradores é do outro lado da BR.

Para mostrar um pouco seu perfil ideológico, se fosse eleitor nos Estados Unidos, votaria em Hilary Clinton ou Donald Trump?
Eu nunca pensei nisso e não estudo a política americana, mas escutei uma vez ou outra o tal do Trump, eu gosto um pouquinho da linha dele, mas não tive a oportunidade de escutar todos os candidatos, escutei ele um pouquinho mais porque ele me parece um pouco mais polêmico, e tudo que é assim chama mais atenção, mas eu não conheço os candidatos americanos para dizer em quem eu votaria, estou muito preocupado com os votos de Jaraguá.

Qual será a política diante de impostos municipais, haverá mudanças ou revisões?
O que nós precisamos, quando a gente fala de impostos, é simplificar, não aumentar. Nós vamos implantar na nossa gestão uma coisa muito simples, que é o alvará provisório. Um alvará provisório para quem quer empreender, gerar emprego, aquele pequeno e médio, principalmente esses com menos condições, mas que nem por isso não são importantes. Por exemplo, alguém quer abrir um salão de beleza, vai ter o alvará de imediato, a regra vai ser o alvará de imediato, terá exceções, porque nós temos que criar exceções para o gênero alimentício, regras de higiene, tudo bem. Mas a regra é receber de imediato. Vamos estudar isso, tornar uma lei. Temos que deixar as pessoas produzirem, gerar emprego, trabalhar, gerar dinheiro e fazer com que ela possa investir naquela sala, fazer girar no sentido certo, não ao contrário. Porque hoje se exige e muitas vezes a pessoa fecha porque não pode se estabelecer, muitas vezes a pessoa não pode abrir por conta de uma calçada. Não sou contra acessibilidade, mas o município precisa dar um fôlego para as pessoas. Outro alvará que será facilitado é o da construção e, falando de economia, isso vai movimentar o dinheiro. Se o sujeito tem R$ 50 mil para gastar numa obra, ele precisa ser tratado com muita agilidade porque ele vai botar esse dinheiro para rodar na cidade, movimentando a economia, arrecadação. Vamos criar esse projeto que não é uma invenção, já existe, é simples. Se você vai construir uma casa de 100 m², hoje os engenheiros se debruçam em cima de uma planta para saber onde vai ser sala, quarto, cozinha, mas isso para Prefeitura pouco importa, e é isso que demora muito.

A Prefeitura está prestes a lançar edital de transporte coletivo, mas ainda há um processo da empresa Canarinho para reaver mais R$ 40 milhões de ressarcimento. Qual será o posicionamento da sua gestão a respeito dessa situação?
A dívida vai ser judicial se acontecer e decisão judicial se cumpre, não se discute, vamos recorrer ate onde dá, mas vai ter que pagar. A questão do transporte coletivo, eu não preciso andar de ônibus para conhecer as dificuldades que as pessoas encontram, até porque isso é histórico na nossa cidade, poucas linhas, ônibus que precisam de mais qualidade, excesso de gente nos ônibus. E o que precisa para o transporte público ser de qualidade? Alguém que diga para concessionária o que está no contrato e que tem que ser executado, simples. Basta ela cumprir o contrato.

A diminuição de cargos na prefeitura, promessa de campanha, será feita por reforma administrativa, com a efetiva extinção dos cargos? Com quantos cargos políticos o senhor pretende trabalhar?
Eu sou o candidato a prefeito mais tranquilo do que os que estão se apresentando, primeiro porque a nossa coligação é muito pequena, nunca foi falado em cargos nos encontros que nós tivemos. O PSDB é parceiro, claro que é o principal e vai participar de forma muito permanente, concreta e firme. Até porque eu tenho dentro dessa coligação pessoas como Vicente Caropreso e Irineu (Pasold). De resto, eu não tenho o perfil de ser tão fácilmente pressionado, eu não quero nenhum partido, ou candidato, nem ninguém na minha nuca me fungando o cangote. Não vou aceitar imposição de partido, imposição de candidato derrotado, vamos conduzir a gestão de forma muito tranquila. Vamos reduzir o salário na forma de lei, aliás, a turma do PMDB e a turma do prefeito ainda trabalham com um modelo de gestão da prefeita Cecília, porque eles não fizeram reforma administrativa. Pretendo fazer a reforma administrativa esse ano e vamos ver a legalidade disso para mandarmos para Câmara esse ano ainda e começar a valer a partir de 1º de janeiro de 2017.

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Jair Pedri defende a criação de ambiente favorável aos investimentos por meio de ferramentas de desburocratização

O atual governo ampliou de duas para seis escolas o programa de educação integral. O senhor pretende dar sequência e ampliar o programa?
A escola integral é uma coisa muito legal, é muito bacana porque o pai sabe onde está o filho. Só que antes de ter a escola integral, você precisa se atentar ao servidor público, a estrutura de uma escola integral. Não basta você colocar os alunos o dia inteiro na escola jogando bola e brincando, precisamos chamar o servidor público da educação e fazer que eles reformulem a ideia. Vamos ampliar isso e criar um novo modelo, as crianças precisam estar na escola, mas de fato aprendendo e também não sobrecarregando o professor. A partir de 2018 implantaremos também a eleição direta de diretor de escola e dos centros infantis, para que a APP, os pais e comunidade escolham.

Para atrair novas empresas e investimentos, é preciso antes investir em infraestrutura, de forma a tornar a cidade atrativa aos olhos do empreendedor. Como o senhor pretende solucionar esta equação diante da defasagem orçamentária atual?
Vou conversar, aliás, já tenho conversado com o doutor Irineu porque na gestão dele foi implantado o condomínio industrial, por sinal, o local há muitos anos me parece adormecido. Essa questão de atrair novas empresas representa também o alvará provisório, mais ou menos o que falei antes, temos que criar um ambiente favorável. Para isso, eu quero e preciso muito da ajuda do doutor Irineu, que será parceiro nesse encaminhamento. Além de atrair novos, precisamos nos preocupar com os que já temos e que estão saindo da cidade, é uma preocupação igual ou até maior.

O investimento em Saúde passou de 20% do Orçamento, em 2012, para 27% no ano passado. O atual governo abriu novos postos, fez os médicos baterem cartão, e adotou o agendamento de consultas por telefone. Mas ainda há uma demanda reprimida. O que o senhor pretende mudar no setor?
O investimento na saúde, apesar de ter sido numérico, não resolveu o problema. Hoje nós temos mais de 20 mil pessoas aguardando algum procedimento. O problema das consultas agendadas por telefone é que tirou a pessoa da madrugada, mas empurrou a pessoa para o ano que vem. Eu escuto gente dizer que era melhor vir para fila de noite porque pelo menos tinha a garantia que ia ter a consulta. Outra proposta é retomarmos essa conversa sobre a Farmácia Básica. O município esquece que aquele cidadão que tem uma receita particular, ele não tem porque ele pode pagar consulta, ele tem uma receita particular porque os filhos se juntaram, fizeram uma vaquinha e pagaram uma consulta. Também tenho conversado com o doutor Irineu, ele será um grande conselheiro, assim como o Caropreso, para criarmos alternativas para fazer com que os postos atendam um pouco mais de tempo, isso vai fazer com que as filas diminuam.

Se eleito, como o senhor pretende se relacionar com a imprensa?
Eu não tenho dificuldade com a imprensa, nunca tive, só quando fui vereador. A questão da imprensa é muito fácil, basta dizer o que de fato acontece. Eu nunca tive dificuldade em relacionamento com a imprensa, claro que às vezes pode ser que ocorra, como já ocorreu, que nem tudo que se escreva a gente possa gostar, mas nem por isso levo para o lado pessoal. A política é passageira. Mas eu não tenho dificuldade com a imprensa, nunca tive, nem quero ter.

Algumas posturas suas na Câmara surpreenderam negativamente, como quando o senhor votou contra financiamento de R$ 8 milhões, em que a maior parte era para pavimentação e outra parte era para modernização do sistema, ou quando se absteve de votar no projeto que previa o fim do recesso dos vereadores. Para o senhor essa não é uma forma irresponsável de fazer oposição? Não teme ser vítima dela, se eleito?
Essa minha maneira de ser oposição? Eu posso colocar nos meus dedos quantas vezes eu rejeitei projetos do atual governo. Quanto à questão do projeto de R$ 8 milhões, aquele projeto estava errado tanto é, aliás, que o asfalto ainda não saiu. O projeto acabou sendo aprovado um mês depois, em fevereiro, e nós estamos em setembro. E sobre o recesso, eu depois acabei aprovando também. Mas concordo que a política no geral precisa melhorar e eu também.

O senhor saiu do PSDB durante a janela de troca partidária em busca de apoio para a candidatura de prefeito no PSD. Na época os tucanos divulgaram uma carta que, cito aqui o documento, fala em “incompatibilidade com os princípios ideológicos e éticos”. O que mudou na sua relação com o partido, que indicou como vice Márcia Alberton, justamente ela, que assinou a carta?
Eu só sai na época do PSDB porque queria ter a garantia de que o PSDB teria um candidato, e que não precisava nem ser eu, mas eu queria ter a garantia de que o PSDB teria um candidato para majoritária, porque eu não concordo com o modelo de gestão do atual prefeito e do PMDB. Não é pessoal, é administrativo, ponto. Naquela época eu não tinha esse posicionamento do PSDB de forma clara, e foi isso que me fez sair. Eu sempre tive muito carinho pelo partido e inclusive na minha saída deixei uma nota oficial. Eu só agradecia ao PSDB, os parceiros que tenho, e disse no final do texto que quem sabe em um futuro Deus pudesse permitir que a gente se aproximasse de novo. Quem sabe eu estivesse profetizando. O PSDB foi o partido pelo qual me elegi, eu sempre digo isso, é como se fosse a primeira namorada. É um partido grande, importante, que eu tenho por eles um carinho diferenciado. O PSDB se portou nesse processo todo como grande, e gestos grandes só são para os grandes. Para mim é motivo de orgulho ter a Marcia na majoritária comigo.

Ela chegou a pedir desculpas?
A gente conversou. Não foi desculpa, mas a gente falou sobre esse episódio, e eu me recordo do saudoso Vitor Bauer, pai do senador Paulo Bauer, que um dia falou para mim que política é momento, eu não levo para o lado pessoal. Como a gente conversou, ela mesma entende que não precisava ter se posicionado daquela forma. Eu tenho pelo PSDB gratidão, por ter me aceitado como cabeça de chapa, por terem essa humildade e entenderem que o nosso projeto é o melhor para a cidade. E essa coisa política, a nossa composição, apesar de no início eu reconhecer ter sido um pouco de difícil compreensão para alguns, mas os eleitores do Jair Pedri não estão preocupados com isso, nem os eleitores do PSDB, tanto é que a gente caminha junto todos os dias.

O senhor tem repetido na campanha que seu governo irá focar no povo. O que isso significa e como pretende atender a essa proposta, considerando que implica na prestação de serviços, para o qual necessita recursos?
Quando eu falo cuidar de gente, estou falando de forma genérica. Quando falo cuidar de gente, falo de cuidar daquela pessoa que é comerciante e precisa de uma oportunidade. Estou falando do pequeno empreendedor que precisa empregar duas, três famílias. Estou falando daquele sujeito que tem dificuldade em vender um franguinho assado na nossa cidade. Quando falo em cuidar de gente, estou falando de cuidar da mãe, que precisa trabalhar e ajudar o marido em casa e não tem creche para deixar a criança. Estou falando daquela faccionista que vive na informalidade porque o município dificulta tanto um MEI. Quando falo em cuidar de gente, estou falando em melhorar a situação do postinho de saúde, diminuir a fila. Quando falo cuidar de gente, estou falando, por exemplo, daquele jovem no Três Rios do Norte, Jaraguá 84, que só quer um palco para colocar uma banda. Falo de cuidar do esporte amador da cidade, daquele clube de futebol do interior. E essas coisas que estou falando não envolvem grande orçamento, uma demanda financeira, envolvem coisas simples, coisas pequenas.

O senhor fala em estimular a eficiência dos servidores. Mas algumas demandas, como o reajuste de salário, são sempre embates delicados. Como alinhar os anseios dos servidores públicos com a realidade da prefeitura?
Quero dizer que vamos, já a partir de fevereiro, criar um conselho consultivo e permanente, com todos os servidores do município. O que vai ser isso? Vamos pegar três pessoas de obras, três da educação, três da saúde, três do esporte, três da cultura, enfim, de todos os setores. Nós vamos criar um canal permanente de relacionamento com o servidor. O servidor público nunca foi tão machucado. Existe algum problema. Vamos falar de reposição salarial, perda salarial, vamos falar disso e construir juntos. Se cobra muito e se oferece pouco para o servidor público.

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