Protótipo de ventilador pulmonar mais barato é desenvolvido por professor da UFSC

Foto Saulo Güths/Arquivo Pessoal

Por: Ewaldo Willerding Neto

02/04/2020 - 08:04 - Atualizada em: 02/04/2020 - 11:57

Barato, com peças nacionais ou acessíveis no Brasil, fácil de fabricar e que cumpre os requisitos médicos. Assim é o protótipo de ventilador pulmonar alternativo desenvolvido por Saulo Güths, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Saulo explica que um dos gargalos dos ventiladores pulmonares é a vazão do gás injetado.

“São vazões baixas e pulsantes, e isso até justifica o valor elevado que possuem no mercado. Aqui a ideia não foi utilizar a vazão como parâmetro, mas ter essa vazão a partir de uma válvula bastante comum, o bico de injeção de GNV automotivo”, afirma o professor.

Vazão

Este tipo de peça, completa Saulo, tem como vantagens o fato de modular a vazão atravessada em alta frequência, ser robusta, intercambiável e esterilizável.

Com o problema da pandemia de Covid-19, Saulo pensou em pesquisar algo que pudesse ajudar no esforço de combate à doença. “Já trabalho com a parte de medição de velocidade, e tentei fazer um medidor de vazão, no início. Não consegui e fui tentando outras alternativas”.

Foto Saulo Güths/Arquivo Pessoal

 

Conversando com colegas, passou a ideia e acabou recebendo informações e dicas até chegar na versão apresentada no vídeo.

“Mas ainda tem um caminho pela frente, de testar e ver se é efetivo, (se está dentro das) regulamentações da norma, ver a calibração, e checar o desempenho”.

Calibração

A calibração do protótipo será testada na Engenharia Mecânica, para depois ser levado para a área médica. A manufatura foi realizada na casa de Saulo, com ajuda de Eduardo Larsen Güths, filho de Saulo e aluno de Engenharia Mecânica da UFSC.

“Busquei algumas coisas do laboratório e montei uma ‘oficininha’ em casa. Fui desenvolvendo aqui mesmo por questão de isolamento. Isto é uma dificuldade como pesquisador, porque o trabalho em grupo começa a ficar arriscado, tenho na família gente de risco, preciso me cuidar um tanto. Me preocupa na questão de testes, vou me expor mais; de qualquer maneira, temos de fazer isso”, afirma o professor.

Saulo contou com a ajuda do professor do IFSC Marcelo Vandresen, que passou algumas dicas e um sensor, e de Carlos Moura, dono de uma oficina mecânica que repassou um bico injetor.

Mais informações pelo e-mail saulo@lmpt.ufsc.br

  • Com informações da Agecom/UFSC

 

Foto Studio OCP

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