A última ação do projeto Sensibiliza Jaraguá, promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comped) aconteceu ontem (21) na escola municipal Albano Kanzler, no bairro Nova Brasília. Ao longo do dia, os alunos tiveram o desafio de vivenciar situações típicas da rotina de pessoas com deficiência.

A primeira atividade proposta pelo conselho era se locomover usando uma cadeira de rodas e fazer uma cesta de basquete no fim do caminho. Ativo e praticante de atividades físicas, João Picolotto, de 14 anos, reconheceu a dificuldade para andar com a cadeira. “É mais complicado no começo porque não estou acostumado, mas acho importante termos essa experiência. Para manobrar na curva é bem difícil também”, relata.
Já na segunda oficina, que trabalhava os sentidos de visão, olfato, tato, paladar e audição, os alunos eram vendados e direcionados a caminhar em um tapete de diferentes materiais. Ao terminar o circuito, eles relatavam a experiência. Isabel Leite, 13 anos, teve mais dificuldade em detectar os sons. “É mais fácil identificar quando estamos vendo o ambiente ou objeto, para associar”, considera. Já para a aluna Emily Floriani, 12 anos, o maior problema foi se movimentar com a cadeira de rodas. “Nunca tinha sentido isso, é ruim para se mover e para fazer a cesta de basquete não tinha impulso por estar sentada”, destaca Emily.
Essa foi a última das três ações do Sensibiliza Jaraguá em escolas municipais este ano. De acordo com a presidente do conselho, Rosana Possamai, o projeto foi bem aceito e deve voltar em 2017. O objetivo principal, segundo ela, é trabalhar a conscientização das crianças e fazer com que eles se coloquem no lugar do outro, incentivando o respeito mútuo. Estagiários do Centro Universitário Católica de Santa Catarina auxiliaram nas atividades.
Alunos da Apae integram ação
Além das oficinas de locomoção em cadeiras de rodas e estações sensoriais, a dança do casal Fábio Nunes e Fabiane Volkmann, ambos alunos da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), emocionaram todos os estudantes e professores da escola. Ao som da música A Thousand Years, os dois apresentaram uma coreografia romântica e repleta de sintonia.
“Adoramos dançar, já estamos acostumados com os passos e onde houver convite nós iremos”, afirma Nunes.
Uma das responsáveis pelo grupo de dança da Apae, a professora de educação física Andriely Thayliny, comenta que eles têm facilidade para aplicar a coreografia e a intimidade desenvolvida por serem namorados também ajuda. Uma fisioterapeuta acompanha as aulas para auxiliar na postura e dificuldades encontradas. O grupo já se apresentou em diversos festivais de dança e está com quatro coreografias sendo trabalhadas atualmente.