Projeto ambiental vai instalar fossas sépticas no Boa Vista

Por: Gabriel Junior

21/07/2017 - 07:07 - Atualizada em: 21/07/2017 - 07:09

Por Dyovana Koiwaski

Nove famílias do bairro Boa Vista serão beneficiadas com o projeto Água e Biodiversidade da Serra do Mar, realizado pelo Instituto Rã-bugio. Através da construção de fossas sépticas e palestras de educação ambiental, a ação pretende reduzir a poluição por esgoto doméstico de riachos na localidade e , por consequência, melhorar a qualidade da água do município.

O projeto levará para 36 pessoas o serviço de tratamento de esgoto, mas no total 586 pessoas serão impactadas, considerando também estudantes e professores da comunidade.

Alunos da escola Adelino Francener participaram de uma trilha no morro e receberam explicações sobre como funciona o tratamento de esgoto

Em 2014, 57 fossas com filtro foram instaladas no bairro Itoupava-açu, em Schroeder. Nos pontos, segundo a presidente do instituto, Elza Woehl, o índice de coliformes fecais nas nascentes era altíssimo e passava do limite tolerável, estabelecido em mil cada 100 ml de água. Após três meses da instalação das fossas, a análise de uma amostra da água apontou uma queda significativa no índice. De 34.480, a presença de coliformes totais passou 480.

Neste ano, o projeto começou em junho com a identificação das famílias e levantamento da área. “Em Jaraguá do Sul, grande parte da população já conta com o tratamento, porém, existem alguns pontos que o Samae não consegue chegar. Essas residências estão abaixo do nível da rua e não conseguem bombear até o local de captação”, explica Elza.

As famílias foram selecionadas com a ajuda da agente comunitária de saúde do bairro e se encontram em condições de vulnerabilidade.. “A maioria dos banheiros está localizada nos fundos das casas, próximas aos riachos já. Por isso, há uma questão de logística também. Outra dificuldade são as rochas embaixo da terra”, observa a presidente do instituto.

O processo de instalação das fossas ainda não foi iniciado, pois aguarda repasse da verba. O projeto foi contemplado com o valor de R$ 30 mil, através da organização BrazilFundation. Enquanto isso, são promovidas as ações de educação ambiental com os estudantes da escola Adelino Francener. “A questão social está diretamente ligada à sustentabilidade, pois além de melhorar a qualidade de vida e das águas, eleva as condições de saúde da população”, avalia.

COMUNIDADE AGUARDA A MELHORIA

Durante visita no Boa Vista, a presidente do Instituto Rã-bugio, Elza Woehl, comenta que algumas situações chamaram atenção. Uma delas foi no terreno de José Edson de Lima, onde sete pessoas dividem o espaço entre três casas conglomeradas.

“No local há uma fossa comum, mas ela estava transbordando e tinha um cheiro muito forte. Os moradores já estavam construindo uma fossa nova, mas seria pequena”, aponta Elza.

Foto Eduardo Montecino

Com a aprovação do benefício, Lima paralisou a obra e espera pela execução do projeto. “Isso vai nos ajudar muito porque a captação do Samae está muito longe. Queremos eliminar os outros canos e concentrar tudo em um local só”, comenta o morador. O esgoto produzido pelas pessoas que moram no terreno desemboca em um riacho que passa pela lateral do terreno. O instituto já estuda a continuidade do projeto no bairro Braço Ribeirão Cavalo, onde o esgoto deságua acima da captação do Samae.

Atualmente, o município conta com uma cobertura de 80% de tratamento de esgoto. De acordo com a diretora de obras do Samae, Evânia Libel, grande parte do bairro Boa Vista também possui a assistência. “As residências que não têm estão em ruas irregulares, são duas no bairro, ou em locais com problemas de engenharia para captação”, destaca Evânia.

A diretora ainda pontua que há uma lei norteando a implantação de um sistema de bombeamento de esgoto para os moradores que residem em locais que não dispõem de rede coletora ou que os vizinhos não autorizem a passagem para que se efetue a devida ligação.