Se você perguntar quem é o analista de Tecnologia de Informação, Helizelton Marcelo Pedron, na Prefeitura de Jaraguá do Sul, com certeza ninguém o identificará como tal. Isso porque todos o conhecem como Dan, o cara que entende tudo de computadores e do universo virtual. Desde novembro do ano passado, ele é peça-chave na Secretaria Municipal de Defesa Civil de Jaraguá do Sul, por ter sido responsável pela conversão de 10 pluviômetros semiautomáticos para automáticos, que integram o projeto “Alerta Já”. Antes do trabalho de Dan, os equipamentos não passavam de sucatas eletrônicas, que foram doadas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Dos 10 pluviômetros que já foram convertidos e instalados, em pontos estratégicos da cidade, três já estão operando em fase de testes. A instalação é feita pelo técnico operacional Kristian Robson Iachisnki. Com a automação dos aparelhos, será feita a leitura e transmissão de dados sobre a quantidade de chuva em tempo real, recebidos em aparelhos netbooks. O que facilita a resposta em situações de alagamentos e enchentes. A transmissão vai direto para um servidor da Prefeitura. Especialista autodidata, bacharel em Direito e com formação técnica em Processamento de Dados, Dan ingressou no quadro de servidores como programador sênior, em agosto de 1998. “Sempre que tinha qualquer problema em TI, se não tinham como fazer, diziam: chama o Dan”, reconhece ele, sorrindo. A especial habilidade com aparelhos eletrônicos e imersão no mundo geek, começou desde pequeno. “Desmanchava os meus brinquedos e o primeiro computador, para ver como era por dentro”, recorda. Ele teve apelidos como “nerd”, “guru” e “oráculo”. Porém, assegura que não fica incomodado com isso. “A gente se dedica, se concentra, por isso não vejo problema em ser chamado de nerd. Vejo como um elogio”, conta. Informações transmitidas Envolto com placas e componentes eletrônicos na mesa de trabalho, o técnico Dan explica que os pluviômetros sucateados, do tipo Datalogger, apenas gravam na tela as informações. É preciso ter uma pessoa para fazer a leitura no local e depois repassar os dados do equipamento. “Por isso é preciso modificar internamente. Aí insiro o relê e modifico o circuito interno”, resume. O trabalho é feito em meia hora, o que demora é a fase de testes, esclarece. Hoje, os três pluviômetros em operação – nas escolas Francisco Salomon, Guilherme Hanemann e Dom Pio de Freitas – por estarem em avaliação, funcionam ao lado dos semiautomáticos, para comparação dos dados. Dan explica ainda que os pluviômetros são alimentados por energia elétrica, mas são mantidas pilhas nos casos em que a alimentação seja interrompida. Projeto “Alerta Já” é vanguarda, diz Leocádio O secretário municipal de Defesa Civil de Jaraguá do Sul, Leocádio Neves e Silva, conta que desde que assumiu a pasta, em novembro do ano passado, soube que para o projeto “Alerta Já” decolar seria necessário ter um profissional de tecnologia da informação que dominasse a parte de software e hardware. “Precisávamos ter um técnico com a estrutura existente. Temos uma série de frentes e essa capacidade técnica é importante para nós”, complementa, em referência ao trabalho feitio por “Dan”. O secretário lembra que a Central de Monitoramento tem sistema integrado para receber as previsões de tempo e temperatura da Epadri/Ciram, e que os 10 novos pluviômetros devem entrar em operação até agosto. Os equipamentos serão instalados nos bairros Vila lenzi, Vieiras, Santa Luzia, Boa Vista, Czerniewicz, Santo Antônio, Rio Molha, Três Rios do Norter, Nereu Ramos e Barra do Rio Cerro. “Com as sucatas doadas, investimos R$ 500 na compra de componentes. A necessidade é a ‘mãe’ da criatividade”, declara Leocádio. “Com o uso desse equipamento, podemos dizer que estamos na vanguarda”, complementa. Os pluviômetros serão integrados ao sistema Acqua, em parceria com a Malwee, que é formado por cinco estações. A Prefeitura mantém equipamentos de rastreamento automático nos rios Itapocu, Três Rios do Sul, e Itapocuzinho, no bairro João Pessoa. Outra ferramenta em desenvolvimento é o aplicativo para que a população receba as informações sobre o tempo. A intenção é que a Sala da Situação possa agir rapidamente em desastres, na mobilização das equipes e na orientação da população.