Postos de quatro regiões de SC registram falta de combustível

Movimento no Norte do Estado (Foto: Eduardo Montecino / OCP News)

Por: Schirlei Alves

23/05/2018 - 16:05 - Atualizada em: 24/05/2018 - 05:58

Postos de pelo menos quatro regiões do Estado já estão com as bombas de combustíveis secas em função da paralisação nacional dos caminhoneiros, em protesto aos constantes aumentos dos valores do óleo diesel.

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De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro), as cidades que já sentem os efeitos do movimento, que conta com mais de 40 pontos de paralisação nas rodovias catarinenses, são: Criciúma e Cocal do Sul, na região Sul; São Bento do Sul, Campo Alegre e São Francisco do Sul, no Norte; e cidades do Oeste do Estado.

O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais de Florianópolis (Sindópolis), Joel Fernandes, já havia previsto que os estoques dos postos começaria a baixar a partir desta quarta-feira (23).

Na Capital, a reportagem apurou que um posto chegou a aumentar o valor do combustível no Sul da Ilha, onde há escassez de combustível. O Procon Municipal pretende fazer uma ação para fiscalizar os postos de Florianópolis. Em Criciúma, segundo o Sindipetro, uma unidade foi multada por elevar o preço sem justificativa nesta quarta-feira (23).

A diretora de uma rede de postos de Florianópolis, Neida Rejane Vagner Muccillo, disse que o estoque deve ser o suficiente para hoje, mas que, a partir de amanhã, a rede deve ficar desguarnecida.

“Pela manhã não conseguimos carregar, estava bloqueado nos acessos às distribuidoras da Petrobrás em Biguaçu, Itajaí e Guaramirim. Também não conseguimos abastecer no Rio Grande do Sul”, revelou.

De acordo com a empresária, a rede de postos também está sofrendo com a inconstância no preço do combustível desde a nova política adotada pela Petrobrás que tem tomado como base o valor do barril do petróleo no mercado internacional. Além de lidar com o descontentamento do consumidor, as unidades acabam perdendo clientes.

“Estamos extremamente prejudicados com os aumentos diários. De fevereiro até agora, o aumento foi de 40%. É muito difícil repassar esse valor para o mercado”, destacou Neide.

Segundo o Sindópolis, pelo menos dez postos de combustíveis fecharam no último ano na Capital, pois não conseguiram sobreviver às constantes variações de valores. Representantes dos sindicatos estiveram em Brasília nesta quarta-feira para discutir a pauta de reivindicações dos caminhoneiros.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse nesta quarta-feira, que o Congresso pretende negociar com o governo apenas a redução do preço do óleo diesel. Segundo a Agência Estado, Maia comentou que “os recursos extras que deverão entrar nos cofres do governo federal com o fim da desoneração das folhas de pagamento das empresas podem ser usados para compensar a redução de impostos federais que incidem sobre o diesel, como a Cide-Combustível, o PIS e a Cofins”.

Confira os pontos das paralisações:

Região Sul

  • Imbituba (entre os km 281 da BR-101): Manifestação fora da rodovia.
  • Imbituba (entre os km 282 da BR-101): Manifestação fora da rodovia.
  • Tubarão (km 342 da BR-101): Veículos de carga convidados a parar;
  • Jaguaruna (km 354 da BR-101: Tratores estão obstruindo pista da direita de ambos os sentidos. veículos de carga são convidados a parar;
  • Araranguá (km 421 da BR-101): Veículos de carga são convidados a parar;
  • Maracajá (km 402 da BR-101): Veículos de carga são convidados a parar.

Vale do Itajaí

  • Itajaí (km 116 da BR-101): Veículos de carga convidados a parar.
  • Naveganges (km 7 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
  • Navegantes (km 11 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
  • Indaial (km 68 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
  • Petrolândia (km 296 da SC-110): Bloqueio de caminhões de carga.
  • Gaspar (km 47 da BR-470): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Apiúna (km 100 da BR-470): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Ascurra (km 90 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.

Planalto Norte e Norte

  • Joinville (km 26 da BR-101): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Araquari (km 21 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Araquari (km 75 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Mafra (km 7 da BR-116): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Rio Negrinho (km123 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Canoinhas (km 231 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Canoinhas (km 235 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Santa Tereza (km 375 da SC-350): Bloqueio de caminhões de carga.
  • Garuva (entre os kms 0 e 11 da SC-417): Manifestação às margens da rodovia.
  • Itapoá (entre os kms 17 e 22 da SC-416): Manifestação às margens da rodovia.
  • São Bento do Sul (km 123 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.
  • Irineópolis (km 268 da BR-280): Veículos de carga são convidados a parar.

Região Serrana

  • Santa Cecília (km 138 da BR-116): Veículos de carga convidados a parar.
  • Lages (lm 245 da BR-116): Veículos de carga convidados a parar.
  • Campos Novos (km 344 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
  • Correia Pinto (km 217 da BR-2116): Veículos de carga convidados a parar.
  • Curitibanos (km 247 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
  • Curitibanos (km 249 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.
  • Curitibanos (km 252 da BR-470): Veículos de carga convidados a parar.

Oeste e Meio Oeste

  • Nova Erechim (km 571 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
  • Xanxerê (km 502 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
  • Maravilha (km 606 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.
  • Palma Sola (km 11 da SC-161): Manifestação às margens do trevo.
  • São Miguel do Oeste (SC-169): Manifestação às margens das rodovias.
  • São Miguel do Oeste (km 645 da BR-282): Manifestação às margens das rodovias.
  • São Lourenço do Oeste (km 4 da SC-157): Manifestação às margens da rodovia.
  • Tangará (km 140 da SC-135): Bloqueio com liberação de veículos com cargas vivas e automóveis.
  • Videira (km 119 da SC-135): Bloqueio com passagem de veículos de emergência, escolares e de utilidade pública.
  • Fraiburgo (km 29 da SC-355): Manifestação às margens da rodovia.
  • Concórdia (km 97 da BR-153): Veículos de carga convidados a parar.
  • Catanduvas (km 406 da BR-282): Veículos de carga convidados a parar.

Grande Florianópolis

  • Biguaçu (SC-407): Bloqueio de caminhos ao acesso à distribuidora da Petrobrás

As reivindicações

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) protocolou na última segunda-feira (14), ofício para cobrar medidas do governo Federal em função do aumento das refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel.

“As recentes paralisações feitas em diversas rodovias do país refletem o desespero e a insatisfação da categoria, que não têm seus pleitos ouvidos pela Governo. Além da correção quase que diária dos preços dos combustíveis realizado pela Petrobrás, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS e Cofins, majorados em meados de 2017 com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do Governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, divulgou a Abcam.

A associação defende ainda que a redução dos tributos poderia impactar em queda nos custos da produção agropecuária, no preço do frete dos alimentos e nas tarifas do transporte em geral, o que beneficiaria a população.

No documento protocolado na Presidência da República e na Casa Civil, a Abcam sugeriu a “criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo, destinado ao custeio de um programa para aquisição de óleo diesel, ou um sistema de subsidio para aquisição de óleo diesel por parte dos transportadores autônomos”.