Por que Joinville está aplicando a vacina contra a Covid-19 nos glúteos?

Foto: Laura Braz/Arquivo pessoal

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

23/08/2021 - 14:08 - Atualizada em: 23/08/2021 - 14:47

A maioria das pessoas estão recebendo a vacinação no braço, mas depois de uma foto que mostra uma moradora de Joinville, no Norte catarinense, recebendo a vacina contra a Covid-19 no músculo do ventroglúteo, próximo ao glúteo, o assunto começou a chamar a atenção nas redes sociais.

A gerente de Vigilância em Saúde de Joinville, Fabiana Almeida, afirmou que outros imunizantes já são aplicados dessa forma no município.

“Como já é rotina de outras vacinas, nós optamos pelo ventroglúteo”, disse.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), porém, afirmou que não há diferença na eficácia da vacina no braço ou próximo ao glúteo. Independente do lugar que receber, o efeito será o mesmo.

Foto: Leonardo Sousa/PMF/Divulgação

Sem diferença

A explicação da gerente de Vigilância em Saúde de Joinville, a aplicação da vacina conforme já é feito no município está de acordo com as orientações da Dive.

“O estado já orienta que seja feita [a imunização contra a Covid] como as vacinas de rotina”, disse a gerente de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Arieli Fialho.

O ventroglúteo pode ser uma primeira opção.

“Esse músculo é maior, é livre de nervos. Desde que o profissional da saúde tenha capacitação para delimitar esse músculo, é uma opção”, afirmou Fialho.

Ate o momento não existe um levantamento para saber quantos municípios catarinenses optam por aplicar o imunizante no braço ou no ventroglúteo.

“Acredito que a maioria seja deltoide. Como estão fazendo muito drive-thru, é um músculo de mais fácil acesso”, disse Fialho. Segundo ela, alguns pontos em Florianópolis também aplicam a vacina no ventroglúteo.

A gerente de Imunização da Dive afirmou ainda que não há estudos sobre diferenças de efeito colateral entre os dois músculos.

“Pode ter dor no local de qualquer maneira. Pode dar as mesmas reações, como dor e vermelhidão”, declarou.

“Não tem problema deltoide ou ventroglúteo, desde que o profissional de saúde tenha capacidade para delimitar o músculo. Não vai diminuir a eficácia”, resumiu.

Repercussão

A doutoranda Laura Braz ficou surpresa com a repercussão nas redes após publicar a foto recebendo a vacina.

“Estamos isolados em casa, eu e meus pais, todo mundo trabalhando de casa. A vacina era muito aguardada. Meus pais já tomaram as duas doses, a minha foi a primeira, na sexta. Meus pais já tinham tomado [a vacina] no quadril, não foi surpresa nenhuma. Já tinha tomada outras vacinas perto do glúteo. Não estou entendendo a repercussão, é algo totalmente comum”, disse.

Laura esperou muito por esse momento, por isso resolveu publicar o dia tão aguardado.

“Registrei, não tive constrangimento nenhum. É algo bem comum para mim. Não ia perder. Pessoal tava estranhando ser perto do glúteo. Resolvi postar por brincadeira e saiu do controle. Agora não paro de receber mensagens”, contou.

Ela acredita que repercussão possa trazer algo positivo.

“Se servir como incentivo para o pessoal se vacinar, já está bom. Até para o pessoal de Joinville perder a vergonha de postar, não tem nada de mais. Às vezes publicar, pode incentivar as outras pessoas”, resumiu.

Com informações de G1 SC.

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).