A americana Sandy Scott-Roberts apresentou seu trabalho no maior sistema de reutilização de água potável do mundo, no distrito de Orange County, na Califórnia. Reconhecido pelo Guinness World Records, o sistema permite a essa região de grande restrição hídrica recarregar sua bacia hidrográfica com água resultante do tratamento de esgoto.
“É um uso potável indireto, pois a água que obtemos do esgoto tratado é devolvida para o rio e chega às casas das pessoas seis meses depois”, explicou a mestre em Engenharia Ambiental e Civil pela Universidade Politécnica da Califórnia, com 15 anos de experiência em gerenciamento de projetos de planejamento, viabilidade, design e construção de instalações de tratamento de água.
Para demostrar a qualidade da água após o tratamento do esgoto, a mesma que é usada para recarregar o manancial de Orange County, Sandy trouxe ao Congresso uma garrafinha com água, que ofereceu para ser provada. O convite foi aceito pelo também palestrante Nilson Guiguer, professor da UFSC, que resumiu: “Tem gosto de água”.

Foto: Cristiano / Foto B.
Monitoramento de aquíferos
Em sua palestra, o professor Nilson Guiguer mostrou dados de estudo realizado em um importante manancial usado no abastecimento de Florianópolis – o Aquifero dos Ingleses.
A análise foi realizada a pedido da Casan, para avaliação da capacidade de retirada de água e monitoramento do manancial que atende boa parte do abastecimento dos balneários do Norte da Ilha, entre eles Canasvieiras e Ingleses.
Modelos geológicos e matemáticos permitiram simulações do aumento da quantidade de água retirada do aquífero, demonstrando níveis de segurança para seu uso sustentável. O estudo permitiu também simulações das condições do aquífero a partir de recarga programada (com injeção planejada de efluente de esgoto tratado), revelando um potencial importante de ampliação da população que pode ser atendida por esse manancial.

Foto: Cristiano / Foto B.
Conhecimento para conservação
Antes de chegar aos cases da Califórnia e de Ingleses, a plenária da manhã do Congresso Catarinense de Saneamento trouxe aos participantes conceitos básicos sobre aquíferos subterrâneos – informações essenciais para sua valorização e para entendimento de sua importância na gestão das águas.
Essa foi a abordagem da fala do pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Gustavo Athayde. “Uma questão fundamental é entender que a água não é subterrânea, ela está subterrânea, pois está diretamente relacionada ao ciclo da água”, frisou Athayde, lembrando que aquíferos subterrâneos são alimentados pelo regime de chuvas, pelas nascentes e rios, por exemplo.
Diferentes tipos de aquíferos subterrâneos (que são na verdade rochas porosas), formas de recarga, ferramentas e métodos de monitoramento foram alguns dos temas trabalhados pelo geólogo de formação, com experiência em áreas como a hidrogeologia, temas relacionados ao gerenciamento de recursos hídricos e vulnerabilidade de aquíferos à contaminação.
“O conhecimento e o monitoramento são fundamentais para a gestão dos aquíferos subterrâneos e para que esses mananciais possam ser usados de forma sustentável”, ressaltou o pesquisador.

Foto: Cristiano / Foto B.
Quer receber as notícias no WhatsApp?
Região de Jaraguá do Sul – Clique aqui
Região de Joinville – Clique aqui
Região de Florianópolis – Clique aqui