O levantamento sobre a situação da bacia hidrográfica do rio Itapocu e os dados para a elaboração de ações para uso adequado da água foram apresentados na tarde de ontem, no auditório da Amvali. O Plano de Recursos Hídricos, baseado em estudo técnico elaborado por uma equipe multidisciplinar, visa ao desenvolvimento sustentável de recursos dos rios, sendo um instrumento para nortear a gestão destes recursos naturais.
O plano permite que o governo e a sociedade conheçam a situação das águas da região em termos de qualidade e também de quantidade, identificando os potenciais conflitos de uso. O engenheiro Leonardo Porto explanou sobre a pesquisa executada pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), destacando que as propriedades são qualidade e disponibilidade de água, saneamento básico, áreas legalmente protegidas, gestão de recursos hídricos, educação ambiental e riscos da falta de água.
A partir dessas questões referenciais, o plano aponta 26 ações ou programas a serem executados a curto, médio e longo prazo. Entre as mais urgentes, estão programas de redução e perdas na distribuição de água para abastecimento, implantação de técnicas de aumento de eficiência do uso da água na agricultura, apoio aos planos municipais de saneamento, difusão da situação das APP’s (Áreas de Proteção Permanente) na bacia e obrigatoriedade do cadastro de usuários de água. A médio prazo está previsto o monitoramento da qualidade do efluente industrial e doméstico lançado na bacia, a difusão de tecnologias para uso eficiente da água e implantação de sistemas de alerta para enchentes em tempo real. Entre as principais demandas hídricas apontadas pelo estudo estão irrigação (51,76%), abastecimento público (23,76%) e aquicultura (12,16%).
De acordo com o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu, Sérgio Santini, a partir da formalização do plano, ficam estabelecidas as diretrizes para a bacia. “Agora, nós vamos tentar implementar essas diretrizes, para que haja a preservação de qualidade e quantidade de água para as futuras gerações”, ressalta. O trabalho do comitê, explica, vai ser envolver as comunidades de todos os municípios, todos os habitantes da bacia, e fazer com que as metas também constem nos planos das cidades. “Queremos uma mobilização maior da sociedade”, conclui.
O estudo técnico custou R$1,7 milhão, com recurso estadual destinado pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Carlos Chiodini.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou ontem (14) a Campanha da Fraternidade 2018, com o tema Fraternidade e Superação da Violência. O documento aponta formas e tipos de violência no Brasil, dando destaque às praticadas contra os negros, os jovens e as mulheres, ressaltando que os grupos sociais mais vulneráveis são as maiores vítimas.
“A Igreja sempre tem alertado sobre a perda de direitos sociais. Não podemos admitir que os mais pobres arquem com sacrifícios maiores. Precisamos de políticas públicas para nos ajudar a superar e a assegurar os direitos fundamentais que as pessoas têm”, defendeu o cardeal e presidente da CNBB, Sérgio da Rocha.
Durante o lançamento da campanha, Rocha listou também como prática violenta, a corrupção. “A corrupção é uma forma de violência, e ela mata”, disse o cardeal. Segundo ele, “ao desviar recursos que deveriam ser usados em favor da população, os políticos acabam promovendo uma outra forma de violência contra o ser humano, a miséria”.