Palmeira real, pupunha e imperial, os três tipos de palmeiras exóticas produzidas em Guaramirim, somam 366 hectares plantados e agregam valor à renda familiar de 86 produtores locais. Apesar do extrativismo de palmito estar abaixo da produção de arroz, banana, da olericultura e bovinocultura, a produção se destaca na cidade pela qualidade do produto in natura, procurado por agroindústrias de outros municípios. Fomentado desde 1995 pelo Núcleo de Conservas da Aciag (Associação Empresarial de Guaramirim) o Projeto Palmeiras, iniciativa do Governo do Estado, que em Guaramirim está estabilizado, tem expansão de 10% a 15% nos últimos anos, informa o coordenador estadual do Projeto de Palmeiras da Epagri, Onévio Zabot. O diretor de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Guaramirim, Alcibaldo Germann, e vice-presidente para assuntos de Agricultura da Aciag, atesta que dos 366 hectares destinados ao plantio dessas palmeiras, 222 deles correspondem à palmeira real, 96 hectares são de pupunha e 48 da imperial, com uma produção estimada em 470 toneladas por ano. Um dos exemplos bem sucedidos da produção de palmeira real no município, surge com o agricultor Adrenir Moglich, de 35 anos, que mora no Poço Grande. Ele mantém plantio em 82 hectares, paralelamente ao cultivo de rizicultura e piscicultura. Ele produz 14.500 cabeças de palmito por mês, sendo que cada cabeça, com cerca de 80 centímetros, é vendida por R$ 1,60. A produção semanal, de 3.500 cabeças, vai para agroindústria de Ilhota. Segundo ele, que prefere não citar cifras, a atividade extrativista impulsionou a renda da família. “Coloco 60% a 70% de lucro sobre o custo de produção”, garante ele, que trabalha com o pai, Alfredo, e mais oito empregados, para atender a demanda de pedidos. A família planta palmeiras em sua propriedade desde 1995. O empresário Ademar Martendal, 41, dono de agroindústria em Ilhota, no Vale do Itajaí, confirma que há 17 anos compra o produto de Adrenir. Ele tem produção mensal de 250 mil vidros, do palmito picado e tolete, com preço final entre R$ 5 e R$ 15, para os mercados de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. “Tivemos uma queda de 20% no consumo do ano passado para cá, com a crise. Mesmo assim, vale a pena trabalhar com palmito real”, garante. Aciag quer correção no ICMS da agroindústria Santa Catarina reúne em torno de 50 agroindústrias que processam palmito. Destas 50, 33 estão localizadas no Litoral Norte e seis empresas envazam palmito em Guaramirim. Duas estão em processo de regularização, de acordo com o diretor de Projetos de Desenvolvimento Social, Alcibaldo Germann. “Não existem dados precisos levantados em relação à arrecadação do ICMS, porque está incluído com os dados da agroindústria”, reconhece. “A Aciag lidera trabalho de correção do ICMS. No Pará, os produtores de açaí pagam 2%, e em Santa Catarina, as agroindústrias recolhem 17% de ICMS. A Associação das Agroindústrias pleiteiam a redução da alíquota para um valor mais justo”, revela o diretor.