Obra no túnel do Vieiras depende da liberação de R$ 28 mi

Por: OCP News Jaraguá do Sul

26/08/2016 - 17:08 - Atualizada em: 26/08/2016 - 17:25

Um grupo de trabalho liderado pela regional norte da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) irá à Brasília pleitear cerca de R$ 28 milhões para garantir a continuidade das obras de duplicação da BR-280, no lote 2.2. O trecho compreende 23 quilômetros entre Guaramirim e Jaraguá do Sul, onde está em construção o túnel no morro Vieiras, no bairro João Pessoa.

O montante foi indicado pelo supervisor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) no Norte do Estado, engenheiro Antônio Carlos Bessa, e é necessário para continuar as obras do túnel até o final do ano, e garantir o trabalho em 2017. O engenheiro explicou que o Dnit está “chegando ao final” dos recursos disponíveis para este ano.

“Teríamos condições de trabalhar no mês de agosto, e se não vier essa suplementação, podemos parar a obra em setembro, não quer dizer que vamos parar, mas podemos parar por falta de recursos”, afirmou o supervisor, em reunião ontem com prefeitos e representantes da classe empresarial da microrregião do Vale do Itapocu, entre outras autoridades.

Diante desse cenário, o grupo reunido decidiu que a Facisc irá liderar uma comitiva que deve ir à Brasília para uma audiência com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella Malta Lessa. O grupo vai recorrer ao senador Dalírio Beber (PSDB), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, para articulação política. Beber será responsável por marcar a data da audiência.

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Dnit regional quer apoio

O grupo que participou do encontro de ontem foi reunido a convite de Bessa com a intenção de pressionar o Governo Federal. Para o supervisor do Dnit, a pressão vai ajudar na tentativa de garantir os recursos necessários para evitar a paralisação das obras. O engenheiro citou em entrevista, na semana passada, em que o ministro dos Transportes relatou as dificuldades financeiras do País, o que impossibilita a continuidade de todas as obras em andamento.

Ainda conforme Bessa, o ministro afirma que o departamento está dando prioridade ao repasse de recursos levando em conta três critérios: obras que estejam com mais de 80% de execução, que sejam corredores de escoamento de produção e que tenham grande impacto econômico. A BR-280 atende aos dois últimos critérios e foi lembrada pelo ministro. “Acho que isso é um bom sinal, mas nós temos que mobilizar a sociedade como um todo, principalmente a classe empresarial e política”, apontou.

Suplementação de R$ 28 milhões é para avançar no túnel direito

O supervisor do Dnit no Norte do Estado, Antônio Carlos Bessa, explicou que a suplementação orçamentária, estimada em R$ 28 milhões, seria para dar continuidade exclusivamente às obras do túnel. As duas estruturas terão extensão total de mil metros, sendo que o lado esquerdo já tem 850 metros escavados, enquanto o lado direito possui 450 metros. Com a suplementação, o objetivo é avançar no túnel direito, chegando a mesma metragem do lado esquerdo.

Para que o túnel esquerdo seja totalmente escavado, o engenheiro informou que é preciso fazer a desapropriações, o que deve ocorrer a partir de 2017. Os recursos previstos para a obra incluem o valor necessário. O contrato com a Cetenco, responsável pelo lote 2.2, é de R$ 535 milhões, com cerca de R$ 80 milhões faturados até o momento, representando 15% do valor total.

Segundo o supervisor, a obra do trecho 2.2 tem o potencial de ser totalmente concluída dentro de três anos, contados a partir de janeiro do próximo ano. Porém, Bessa pontua que são necessários recursos, estimados em cerca de R$ 20 milhões por mês para manter o andamento.

Guaramirim aguarda contrato ambiental

Quanto ao lote 2.1, de Guaramirim à BR-101, as obras estão concentradas nos serviços de terraplanagem e geotecnia, conforme o supervisor do Dnit no Norte do Estado, Antônio Carlos Bessa. Durante a reunião, o engenheiro explicou que hoje existe uma restrição por parte da Funai para o avanço dos trabalhos com construções, por exemplo, de viadutos e ponte. A restrição é referente à necessidade de que o Dnit faça um contrato de gestão ambiental da parte indígena, que ainda não foi licitado. “Então a Funai, na liberação ambiental junto ao Ibama, limitou que o Dnit só pudesse fazer terraplanagem até que essa licitação ocorresse”, afirmou o engenheiro. O contrato com a empresa Sul Catarinense, responsável pelas obras do trecho 2.1, é de R$ 134 milhões, com R$ 18 milhões faturados.