O Correio do Povo 100 anos: como era o mundo em 1919 e como é hoje?

Foto Divulgação

Por: Felipe Elias

10/05/2019 - 08:05

O Correio do Povo (OCP) completa 100 anos de existência nesta sexta-feira (10). Durante o período, o jornal, que é um dos mais antigos do Brasil e o mais antigo em circulação de Santa Catarina, conseguiu acompanhar as transformações sociais, econômicas e tecnológicas, sem abrir mão da sua essência: o compromisso com a verdade e com a construção de uma sociedade cada vez melhor.

Para celebrar o centenário, separamos algumas informações e dados históricos que demonstram o quanto o mundo mudou de 1919 para cá. O OCP viveu tudo isso e conta especialmente para você. Confira abaixo!

Jornal, o principal meio de comunicação

Uma multiplicidade de meios e fontes de informação. Assim, é o mundo atual, onde os acontecimentos são divulgados 24 horas por dia, em tempo real. Mas, há cem anos, a situação era completamente diferente. Em 1919, os jornais eram basicamente o único meio de informação.

O rádio, por exemplo, só foi aparecer três anos depois no Brasil. Em 7 de setembro de 1922, ocorria a primeira transmissão radiofônica. Na ocasião, o presidente Epitácio Pessoa fez um pronunciamento sobre o centenário da nossa independência. Já a televisão chegou ao país apenas na década de 1950. A internet não precisamos nem falar…

População no mundo e no Brasil

Há cem anos, de acordo com estimativas, o mundo tinha menos de 2 bilhões de habitantes. Ao longo desse período, houve uma explosão populacional. Cálculos atuais apontam que mais de 7,5 bilhões de pessoas vivem no planeta Terra.

No Brasil, a evolução foi de cerca de 30 milhões para aproximadamente 210 milhões de habitantes.

Países no mundo

No início do século passado, o mundo contava com apenas 57 países. A geografia começou a mudar após o fim da Primeira Guerra Mundial e o término de alguns impérios, como o austro-húngaro, na Europa, e turco-otomano, no Oriente Médio, com o aparecimento de novas nações, entre elas a Áustria e o Iraque.

O número foi aumentando com o passar dos anos, muito por conta da independência de colônias na Ásia e África, e o fim da União Soviética. Atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece mais de 190 países-membros.

Em 1919, a moeda que circulava no Brasil era o “réis” | Foto Divulgação

Moeda utilizada no Brasil

Na época, a moeda utilizada pela população era o “réis”, que já circulava no Brasil desde a época da colonização e foi mantida após a independência, em 1822. O país só conheceria a sua segunda moeda em 1942, quando entrou em cena o cruzeiro.

Desde então, muito por conta da instabilidade econômica, houve mais sete mudanças em relação à unidade monetária: cruzeiro novo (1967), cruzeiro (1970), cruzado (1986), cruzado novo (1989), cruzeiro (1990), cruzeiro real (1993) e real (1994).

Municípios no Brasil e em Santa Catarina

O aumento expressivo do número de habitantes no país também refletiu na multiplicação de municípios em todas as regiões. Voltando cem anos no tempo, verifica-se que o Brasil contava com cerca de 1.300 cidades. Hoje, o número mais do que quadriplicou e atingiu 5.568 municípios.

Em 1919, Santa Catarina possuía apenas 33 cidades constituídas. Atualmente, são 295 municípios, um crescimento de quase nove vezes.

Brusque – avenida João Pessoa (atual Cônsul Carlos Renaux), por volta de 1930 | Foto Divulgação

Vale Europeu catarinense

O Vale Europeu catarinense abrange um total de 15 municípios, mas em 1919, a região era composta por basicamente dois: Blumenau e Brusque. Entre as décadas de 1930 e 1980, o desmembramento de Blumenau resultou na instalação de dez cidades que hoje integram a região: Timbó, Pomerode, Indaial, Gaspar, Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra, Apiúna, Benedito Novo e Doutor Pedrinho.

Outros dois municípios se emanciparam de Brusque: Botuverá e Guabiruba, ambos em 1962. Luiz Alves foi a única cidade que não se originou de Blumenau ou Brusque, mas sim de Itajaí.

Blumenau – rua XV de Novembro, na década de 1910 | Foto Divulgação

Direito ao voto e participação feminina na política

Quando O Correio do Povo foi criado, as mulheres eram completamente excluídas do processo eleitoral e político no Brasil. Na época, o voto era restrito aos homens, sobretudo os mais ricos. O direito das mulheres em escolher seus representantes foi garantido no país somente em 1932, após intensa campanha nacional.

Quatro anos antes, quando mulheres nem sequer tinham o direito de votar, Alzira Soriano conseguiu um feito inédito: foi eleita prefeita do município da Lajes, no Rio Grande do Norte. De acordo com registros da época, ela foi a primeira mulher a assumir o governo de uma cidade na América Latina.

O ano de 1986, quase 60 anos após o marco de Alzira, contou com mais dois acontecimentos históricos: as posses da primeira prefeita de uma capital, Maria Luiza Fontenele, de Fortaleza (CE), e da primeira governadora, Iolanda Fleming, do Acre.

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