Novo gestor tem o desafio de levar eficiência para hospital de Guaramirim

Por: OCP News Jaraguá do Sul

08/04/2017 - 06:04 - Atualizada em: 10/04/2017 - 13:49

Por: Kamila Schneider 

 

À frente do Hospital Municipal Santo Antônio desde a terça-feira da semana passada, o especialista em gestão hospitalar, Jocélio Voltolini , está traçando as metas e ações que irão definir o futuro da unidade. Com 30 anos de carreira na saúde pública, Voltolini assume o desafio proposto pelo governo do Estado de coordenar a reestruturação física e administrativa do hospital, em uma tentativa de alcançar um modelo eficiente de gestão.
Nos primeiros três meses deste ano, a unidade custou mais de R$ 2,3 milhões aos cofres municipais. O último repasse, em março, foi de R$ 804 mil. Para manter a estrutura até o final do ano, com funcionários atuando em quatro turnos, a previsão orçamentária fica em R$ 11,8 milhões, um valor considerado elevado pelo município diante da produtividade do hospital.
Em uma das primeiras ações oficiais à frente do hospital, Voltolini foi para Florianópolis protocolar o projeto que prevê a ampliação do pronto-atendimento da unidade em 160 metros quadrados e se mostra otimista diante das mudanças propostas pela Prefeitura. “É uma obra importante para a melhoria do atendimento à população”, acredita. A expectativa é de que o projeto seja analisado pela Vigilância Sanitária do Estado em até dois meses. Por enquanto, a Prefeitura ainda não divulgou estimativas sobre o custo da obra.
Neste meio tempo, Voltolini deve trabalhar em outras ações relevantes ao funcionamento do hospital, principalmente no que diz respeito à organização e aos protocolos de atendimento. “Temos como um grande desafio a reorganização do pronto-atendimento, visando a readequação de custos e a redução do desperdício, sem deixar de prestar a assistência necessária. O primeiro passo foi o sistema informatizado, que antes não era utilizado”, afirma.
Novos métodos de gestão também devem ser adotados na rotina da equipe, a fim de otimizar tempo e recursos. Na próxima semana, por exemplo, a administração irá propor a adoção de um regimento de corpo clínico, uma espécie de documento que determina as funções e deveres de cada médico, que atualmente não existe. “Este regimento vai definir as responsabilidades do corpo clínico e ajudar na organização do trabalho”, explica Voltolini.
“Também vamos reorganizar algumas práticas rotineiras, como, por exemplo, de entrega e distribuição de medicamentos. Antes, estes remédios eram armazenados sem muito controle, e acabavam vencendo na prateleira. Agora estamos adotando um novo formato, que é a padronização de alguns medicamentos e o controle automatizado do uso, para garantir que o remédio esteja sempre no prazo e chegando na dose correta nas mãos dos profissionais de atendimento”, exemplifica o gestor.
Outro detalhe que deve receber a atenção da nova administração é parte de internação hospitalar, que deve ser integrada ao sistema regional de forma ampliar o uso dos leitos disponíveis na unidade. “O hospital faz parte da rede estadual de urgência e emergência e possui leitos de retaguarda clínica, que servem para receber pacientes transferidos quando outros hospitais estão lotados. O deslocamento destes pacientes depende da comunicação com o sistema regional, por isso é importante ampliar esta integração”, destaca ele
Segundo Voltolini, a mesma integração é necessária quando se fala do sistema de saúde municipal. Na opinião do gestor, o hospital precisa ser visto como um órgão da saúde e precisa ocupar sua cota de participação na rede municipal. “A proposta da gestão municipal é enquadrar o hospital enquanto suporte desta rede básica”, aponta.

Reforma interna e reestruturação do centro cirúrgico devem acontecer até o final de maio

Esta semana, o hospital deu início à reforma do segundo pavimento, de forma a reestruturar a ala de internação clínica, realocando leitos e melhorando a estrutura, que sofria danos causados pela umidade. A obra teve custo aproximado de R$ 5 mil, sendo que foram doados R$ 4 mil em materiais pelo conselho do hospital e R$ 1 mil em recursos da própria unidade, enquanto a mão de obra foi doada pela Prefeitura. A expectativa é de que a reforma seja concluída em três semanas.
Depois disso, a nova gestão irá direcionar o foco para a reativação do centro cirúrgico, uma das principais reivindicações da população local. “Hoje as unidades cirúrgicas são utilizadas por pacientes clínicos. Nossa meta é que em maio possamos iniciar os trabalhos de reativação do centro, montando um planejamento e avaliando o que efetivamente a região precisa em termos de serviço”, explica Voltolini. “É algo que será discutido com as secretarias de saúde de toda a região, já que o hospital tem importância regional”, salienta.
Conforme o gestor, o principal objetivo é garantir a sustentação do hospital para que a unidade permaneça sob os cuidados da administração municipal. “A administração terceirizada não está descartada, mas tudo irá depender do andamento destes trabalhos. Nossa intenção é que o hospital cumpra seu papel como entidade pública e com participação direta do poder municipal”, destaca.