Neto torna real sonho de restaurar casa enxaimel dos avós

Anderson e Eliane, com o cachorro Mailon, em frente à obra da casa enxaimel. Sonho do casal, aos poucos, ganha forma - Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

16/04/2016 - 04:04 - Atualizada em: 19/04/2016 - 08:40

Determinado e profundamente ligado às origens dos ancestrais alemães, o representante comercial Anderson Töwe, de 24 anos, pouco a pouco torna real o sonho de restaurar a casa enxaimel datada de 1923, que pertenceu ao avô Bruno, no Rio Cerro 1, em Jaraguá do Sul. O desafio de recuperar a casa foi despertado quando ele tinha 13 anos, ao visitar a Casa Rux, no Rio da Luz – que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A casa, localizada na rua Richard Viergutz, foi uma das contempladas com verba de R$ 45 mil do Fundo Municipal de Cultura, no ano de 2014. O recurso foi utilizado para a primeira etapa da obra, que previa a desmontagem da casa antiga. Para entender, é como seu houvesse uma segunda casa, em cima do imóvel no estilo enxaimel. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, a família de Anderson precisou esconder as características originais da construção para evitar perseguições à descendentes de alemães, comuns durante o governo Getúlio Vargas.

Em 2006, já motivado com a restauração, o representante comercial começou a “descascar” o reboco do imóvel. Foi aí que começaram a se revelar o estilo característico da arquitetura alemã. “Foram seis anos para conseguir o restauro”, enfatiza. A casa, hoje, é tombada pelo Patrimônio Histórico de Jaraguá do Sul.

Anderson, apesar de jovem, mantém a tradição, como falar em alemão com a mulher, Eliane Scheidt, 22, e sua oma, Adi Gaedtke Töwe, de 71 anos. Ele também tem utensílios antigos preservados da família e objetos que busca em loja de antiguidades. “Você não pode olhar para o futuro se não olhar para o passado. O sobrenome da família e o sofrimento que os antepassados passaram, saber porque estamos aqui”, defende ele.

Como é o projeto de restauração
Dos cinco mil tijolos da casa antiga, dois terços serão reaproveitados. A obra, com acompanhamento da equipe técnica da Fundação Cultural de Jaraguá do Sul, foi iniciada em outubro do ano passado e tem previsão de término em 2018. Até o momento, o investimento já superou R$ 55 mil. Em 2017, ele pretende buscar mais recursos por meio do Fundo Municipal de Cultura para o término da colocação do telhado e assoalhos. Ele calcula que sejam necessários em torno de R$ 100 mil para a conclusão da obra.

O projeto de restauro da casa produzida na técnica construtiva enxaimel é assinado pela arquiteta Silvana Andréia Pretto, de Jaraguá do Sul. O tratamento químico das madeiras contou com o auxílio de profissionais da Alemanha.

Na semana passada, Anderson convidou o prefeito Dieter Janssen para conferir o encerramento da primeira etapa, por ser bisneto do prefeito Leopoldo Janssen, que era prefeito na época em que a casa foi construída. Após a conclusão, a intenção é transformar o local em choperia, com venda de chope artesanal produzido na cidade e funcionamento aos finais de semana.