Mulheres que salvam vidas: juntas pela causa animal

Por: Windson Prado

05/03/2018 - 11:03 - Atualizada em: 06/03/2018 - 09:25

Na semana do Dia Internacional da Mulher, o Jornal de Joinville apresenta uma série de reportagens com mulheres fortes, que fazem a diferença em Joinville e região, lutando por direitos e transformando a realidade em que vivem. São mulheres que salvam vidas. Seis personagens já foram escolhidas pela redação e você vai conhecer as histórias delas no decorrer desta semana.

Mas atenção, a sétima personagem da nossa série será escolhida por você, que todos os dias acompanha o Jornal de Joinville. Queremos que nos indique mulheres da cidade que, em seu dia a dia, salvam vidas e mudam a realidade da comunidade.

Lembrou de alguém especial? Então participe! Envie sua sugestão para o WhatsApp (47) 9. 8870-3103. Não esqueça de nós passar o nome e o contato de sua indicação. Você tem até o meio-dia desta quarta-feira (7) para enviar sua sugestão.

Nesta segunda-feira (5) você acompanha a história de duas vereadoras de Joinville que atuam salvando vidas junto à causa animal

Tânia Larson (SD) e Ana Rita (Pros) foram eleita vereadoras de Joinville pela causa animal nas eleições municipais de 2016 | Foto Arquivo Pessoal

Elas têm biografias de vida bastante diferentes. Uma sempre atuou como professora, lecionando a disciplina de língua inglesa. A outra dedicou boa parte de sua vida a gestão e promoção de eventos comunitários. Juntas, elas levantam a bandeira dos direitos dos animais. Estamos falando das vereadoras de Joinville Ana Rita Hermes, 65 anos, e Tânia Regina Larson, 52, que com seus trabalhos como representantes do povo e protetoras dos animais, salvam vidas.

Ana Rita Hermes começou a atuar de forma mais incisiva com a causa animal em 2009 | Foto Arquivo pessoal

Ana Rita é natural de Caxias (RS), mas se considera joinvilense de coração, afinal de contas foi Joinville a cidade que ela escolheu para viver, há mais de 33 anos. Ela recorda que desde pequena esteve sensível à causa animal, mas que só se tornou protetora e ativista em 2009. “Sempre tive uma ligação forte com os bichos. Lembro-me de que quando pequena, e já na vida adulta, toda vez que um animalzinho abandonado aparecia perto de casa, eu e minha família tentávamos encontrar alguém para ficar com ele. Mas foi só em 2009 que me tornei uma defensora mais feroz dos diretos dos animais”, diz a vereadora.

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Tudo aconteceu depois de Ana Rita ficar sabendo que Joinville tinha recebido uma verba do Governo Federal para destinar à causa animal, por meio de um Centro de Controle de Zoonoses. “Joinville tinha recebido o recurso, mas não haviam políticas públicas e projetos para a criação do Centro. Assim, o recurso voltou ao Governo Federal. Na época, a discussão chamou muito a minha atenção. Junto a outros protetores percebemos a necessidade de a cidade se organizar para conseguir desenvolver projetos e ações que mudassem a realidade do abandono e maus tratos dos animais na cidade. Foi assim que surgiu a Frada (Frente de Ação Pelos Direitos dos Animais)”, revela.

Desde então, uma infinidade de campanhas e ações em prol da vida animal vem sendo desenvolvida por Ana, e outros voluntários. “Não conseguimos mapear quantos animais foram salvos por nós. Foram inúmeras campanhas, feiras de adoção e projetos que fizeram com que o joinvilense se atentasse a esta importante quentão. Construímos na cidade uma grande corrente do bem, com voluntários que juntos, seja compartilhando uma foto de um cãozinho que precisa de um tutor, ou ajudando com doações, salvam muitas vidas. Nosso trabalho só está começando, mas já sentimos uma transformação na sociedade”, finaliza a vereadora eleita pelo Prós.

Desde pequena sempre achava um bichinho perdido para levar para casa

Tânia Larson se tornou protetora independente em 2005 | Foto Arquivo pessoal

A paixão pelos animais, especialmente cães e gatos, também começou muito cedo na vida da vereadora do Solidariedade, Tânia Regina Larson, 52 anos. Natural de Joinville, ela lembra que desde criança recolhia animais na rua, e levava para sua casa. Depois buscava novos donos para os pets. “Meu pai era mecânico e corria a cidade para atender a seus clientes. Lembro-me de que eu gostava muito de ir com ele. Todas as vezes que nos deparávamos com um animalzinho abandonado ou ferido, eu queria trazer para casa. E não eram só cão e gato não”, recorda a vereadora.

O tempo passou, a menina cresceu, mas a paixão pelos animais só aumentou. “Eu sempre ajudei na causa, mas era ações mais pontuais, até que, em 2005, eu fui trabalhar na RICTV Record de Joinville, e desenvolvi uma série de ações comunitárias pelos bairros de nossa cidade. Pude perceber então que o abandono e maus-tratos a animais era um problema sério, que precisava de atenção. Quando dei por mim, tinha me tornado protetora independente”, explica Tânia.

Ela também não sabe mensurar quantos animaizinhos já resgatou. “Só na minha casa tenho 28 cães, todos resgatados. A maioria são animais idosos que ninguém mais quer. Foram muitas ninhadas que conseguimos encaminhar à tutores responsáveis. Mas, mais do que isso, a luta dos protetores da causa animal ganhou representatividade e um destaque na sociedade, que está mais consciente”, completa.

Ela finaliza colocando em discussão um questionamento que sempre escuta. “Por que salvar estas vidas? Porque não lutar por idosos por crianças? A resposta é porque o idoso e crianças possuem vários recursos do poder público no qual conseguem serem atendidos. O animal quase não tem, e as políticas públicas dos municípios para eles são muito pequenas. É uma luta muito forte, que também reflete na melhor qualidade de vida e promoção da saúde dos humanos”, finaliza.

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