Moradores de Joinville mostram que é possível cultivar horta bem no meio da cidade grande

No bairro Jardim Iririú, um terreno de aproximadamente três mil metros quadrados, anteriormente tomado pelo mato e usado para despejo irregular de lixo, hoje ajuda a abastecer a mesa de catorze famílias. É dali que saem verduras e legumes fresquinhos cultivados pela própria comunidade. O local, criado há nove anos, é conhecido como horta comunitária Girassol.

Assim como ela, existem outras duas hortas comunitárias que ocupam terrenos pertencentes ao município, localizadas no Jardim Sofia e no Jardim Edilene, no bairro Paranaguamirim. Os três espaços recebem apoio técnico da Prefeitura de Joinville, por meio da UDR (Unidade de Desenvolvimento Rural) da (Sama) Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente.

“A UDR acompanha o trabalho das hortas comunitárias há vários anos. Semanalmente, nossos técnicos visitam os espaços e auxiliam com orientações sobre técnicas de plantio e manutenção da horta”, explica o gerente da UDR, Carlos Alberto do Amaral.

Para a implantação de hortas comunitárias em terrenos públicos, é necessária a permissão de uso concedida pela Prefeitura de Joinville. A autorização deve ser solicitada à Unidade de Controle Patrimonial da Secretaria de Infraestrutura Urbana, por meio de grupos organizados, como associações de moradores ou da própria Associação das Hortas Comunitárias de Joinville.

O órgão municipal verifica a disponibilidade do espaço ou se há algum projeto destinado ao local. Concedida a autorização, a comunidade poderá utilizar o terreno para a implantação da horta comunitária.

A estruturação do espaço, limpeza do terreno, colocação de cerca, montagem dos canteiros, coberturas, implantação de sistema de compostagem e qualquer outro investimento necessário, são de responsabilidade da entidade ou membros do grupo que obtiveram a permissão de uso. A forma de funcionamento das hortas comunitárias é definida por cada grupo, que escolhe os seus representantes e coordenadores.

Na horta Girassol, a manutenção do espaço e a produção são compartilhadas igualmente entre os integrantes do grupo. Cada uma das famílias tem o compromisso de dedicar à horta, no mínimo, quatro horas semanais.

Entre os itens cultivados, totalmente sem uso de agrotóxicos, estão rabanete, diferentes variedades de alface, cebolinha, couve, couve-flor, salsinha, almeirão, repolho, açafrão, batata-doce, abóbora, abobrinha, pepino, tomate, quiabo, milho verde, rúcula, temperos como manjericão, alecrim, hortelã, além de frutas como banana, laranja e limão.

“Fazemos a colheita e a distribuição sempre às quartas-feiras e sábados, com todos presentes. Não estipulamos que quantidade de produtos cada um pode levar para casa. Valorizamos a questão da ética, confiança e da igualdade”, conta o coordenador da horta Girassol, Otanir Matiola.

O excedente da produção que não é consumida pelas famílias do grupo, é comercializado e a renda é aplicada em melhorias do próprio espaço:

“Com o que vendemos, já instalamos um sistema de captação de água da chuva para irrigação do terreno e construímos um pequeno depósito”, exemplifica o coordenador.

Além de ocupar o terreno de forma produtiva e saudável, as hortas comunitárias promovem melhorias sociais, garantindo maior qualidade de vida aos participantes. Nos locais, alunos das escolas da rede municipal e usuários dos Centros de Referência em Assistência Social também realizam atividades de cunho pedagógico e terapêutico. Além das hortas comunitárias instaladas em terrenos públicos, Joinville conta com outras similares instaladas em espaços particulares.

*Com informações de assessoria de imprensa

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