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Moradores da Barra do Rio Cerro reclamam de furto do lixo reciclável

Foto Arquivo OCP News

Por: Gustavo Luzzani

29/03/2019 - 09:03

O caminhão da coleta seletiva passa na rua Maria Alves de Salles, no bairro Barra do Rio Cerro, todas as sextas-feiras pela manhã. Porém, muitos moradores da rua têm os resíduos recolhidos até antes, e não pelo Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto), que faz a gestão da coleta em Jaraguá do Sul, mas por pessoas que furtam o material.

Um desses moradores diz que praticamente em todos os dias da coleta, um homem pega parte do lixo reciclável colocado em frente à casa. O morador já chegou a espionar para ver quais objetos ele pega. “Na minha casa, o homem só retira as latinhas e depois fecha o lixo”, conta.

Em outra ocasião, o morador confrontou a pessoa que estava pegando os resíduos, mas o homem retrucou dizendo para não incomodá-lo e que o fato dele pegar as latinhas não iria mudar a vida do morador.

Uma das táticas para fugir desse tipo de situação é colocar o saco verde na rua somente momentos antes da coleta, que acontece naquela área por volta das 8h de sexta-feira.

Por fazer isso, os resíduos da aposentada Miranda Steilein, 82 anos, nunca foram roubados, mas ela flagrou um homem de bicicleta pegando o lixo de outros moradores da rua. “Ele vem com sua bicicleta bem quietinho e pega os lixos”, aponta.

O técnico em informática, Josué Nunes, 39 anos, que também reside rua Maria Alves de Salles, revela que dois homens passam recolhendo os resíduos, um com aproximadamente 50 anos e outro com cerca de 40 anos. “Eles vêm todas as sextas, por volta das 6h, e levam o lixo reciclável dos sacos verdes”, destaca.

Nunes afirma que esses casos acontecem além do bairro Barra do Rio Cerro e se expandem para toda cidade. “Eu até fiz denúncia no Samae e Polícia, mas nada se resolveu”, destaca o morador.

Fiscalização

O presidente do Samae, Ademir Izidoro, destaca que a autarquia fez um acordo no ano passado com a Polícia Militar e a Fujama (Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente) para passar a multar os coletores clandestinos. “Nosso pessoal tem saído de madrugada em locais que recebemos denúncia e ficamos esperando para encontrar os suspeitos”, diz.

De acordo com a engenheira sanitarista do Samae, Morgana Decker, as multas só podem ser aplicadas a veículos automotores. Quando pessoas que não se encaixam nisso são encontradas, o Samae busca, através do diálogo, inseri-los nas cooperativas.

“Estamos fazendo um relatório de todos os carrinheiros da cidade para identificá-los e ver o que podemos fazer por eles, pois é o sustento deles”, afirma Morgana.

Ela ressalta que a aplicação da multa, juntamente com as conversas com os coletores, têm feito muitos jaraguaenses saírem da clandestinidade e se legalizarem.

No ano passado, o município tinha seis cooperativas credenciadas, em 2019 esse número subiu para 10. “Inclusive, três deles eram clandestinos e conseguimos fazê-los se credenciarem”, completa a engenheira.

Considerando o valor da UPM (Unidade Padrão do Município) de 2018, de R$ 177,78, as multas são de R$ 1,7 mil para até 300 litros de resíduos, R$ 3,5 mil para 301 a 700 litros e R$ 5,3 mil para volumes acima de 701 litros. Desde o começo dessa Lei, em junho de 2018, seis pessoas foram multadas, segundo Morgana.

Coleta Seletiva

Izidoro afirma que o grande objetivo dessa fiscalização é fazer o pessoal das cooperativas, onde há mais de 100 pessoas, receber esse reciclável, pois eles têm o sustento nesse material. “Queremos chegar a 30% de reaproveitamento de lixo”, destaca. Em fevereiro, Jaraguá do Sul reciclou 24% dos resíduos produzidos.

Para os moradores que perceberem a atuação de coletores clandestinos, Izidoro aconselha a ligar para o Samae, pelo número 2106-9100, e também entrar em contato com a Polícia Militar (190). “Também pode tirar fotos, ou anotar a placa do veículo e passar para a gente”, enfatiza.

Nota de Esclarecimento

Em relação à matéria acima, informamos que o morador José Sperandio não procurou voluntariamente o OCP, mas foi entrevistado pela equipe de reportagem a respeito dos furtos existentes de lixo reciclável, sendo que a sua manifestação deu-se no caráter de dizer que tem conhecimento que outras pessoas recolhem produtos destinados à reciclagem, além da coleta oficial realizada pelo poder público.

 

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Gustavo Luzzani

Estudante de Jornalismo apaixonado por esportes, cultura e séries