O céu é o limite para o alpinista jaraguaense Hélio Fenrich, 40 anos, que está com o mochilão pronto e contando os dias para embarcar em mais uma aventura solitária, dessa vez ao topo da montanha Elbrus, na Rússia, de 5.640 metros de altitude. Fenrich viaja no próximo domingo, dia 26 de junho, de Curitiba até Moscou. De lá, se dirige para Minerali Vody, cidade próxima a 180 quilômetros da base da Elbrus e, no dia 28, segue até o vilarejo de Tekskol, onde pretende se aclimatar por três dias antes de encarar a árdua subida. Persistência e superação são as palavras mais adequadas para definir a personalidade desse montanhista, que não poupa esforços para alcançar seus objetivos.
A estadia na Rússia é a segunda etapa do audacioso “Projeto 7 Cumes – SC no Topo do Mundo”, que prevê escaladas nos picos mais altos dos cinco continentes. A primeira expedição aconteceu em dezembro do ano passado, quando Hélio escalou o Aconcágua, na Argentina, de 6.962 metros, e enfrentou temperaturas extremas, de 22°C negativos.
O trajeto completo que o jaraguaense terá que seguir é longo e também prevê escalada da montanha Denali (América do Norte), 6.149 metros, em maio de 2017; Kilimanjaro (África), em 2018, Everest (Oriente), 8.850 metros, em abril de 2019; Pirâmide de Carstensz (Oceania), 4.884 metros, em agosto de 2020; e Vinson (Antártica), 4.892 metros, em 2021. O percurso do projeto Sete Cumes, foi criado originalmente pelo norte-americano Dick Bass, em 1985, e já foi concluído por sete brasileiros. Hélio é o primeiro catarinense a aderir ao desafio, com prazo de execução de até sete anos.
Coordenador de vendas da Raumak, o montanhista conta com patrocínio e apoio da empresa, com sede na Ilha da Figueira. Ele estima que o custo para subir ao cume do Elbrus deve chegar a R$ 7 mil. Nascido em Toledo, Paraná, e radicado em Jaraguá do Sul há 27 anos, Hélio é casado com a programadora de produção Salete e pai de Eduardo, de 13 anos que, segundo ele, dão total apoio à aventura.
Hélio ao final da jornada pela montanha Pequeno Alpamayo, na Bolívia, em 2014
Preparação
Hélio já escalou a montanhas na Bolívia, Perú, subiu 6.450 metros do Aconcágua, mas desistiu quando faltavam cerca de 500 metros para chegar ao topo. Ele estava acompanhado de um amigo, que teve princípio de congelamento nos pés. Se dedicar a corridas de montanha complementaram a preparação, que inclui alimentação balanceada, com reforço nos carboidratos e proteínas. “Foi o esporte que escolhi e é mais uma questão de superação, de conseguir executar. Quando entro na montanha, já estou preparado para passar frio, fome, desidratar muito, ter momentos de alegria e tristeza, de solidão. Esses longos dias servem de reflexão”, conta Fenrich.