Método de fisioterapia aplicado a astronautas é adotado em Florianópolis

Método vem sendo aplicado em Florianópolis | Foto Duivulgação/Luca Gebara

Por: Ewaldo Willerding Neto

11/09/2018 - 13:09

Criado nos Estados Unidos com base em estudos sobre os efeitos nos astronautas decorrentes da falta de gravidade no espaço, o TheraSuit é tido hoje como um dos mais importantes métodos para o desenvolvimento das habilidades motoras e ganho de força muscular em pessoas acometidas por desordens neuromusculares.

Em Florianópolis, o sistema, que é patenteado e conta com a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ganha cada vez mais adeptos, principalmente em função da sua versatilidade e abrangência, podendo ser prescrito para crianças com paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento motor, Síndrome de Down, entre outros.

Já em adultos, o tratamento é indicado para pacientes com sequelas decorrentes de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e traumatismo craniano.

Uma característica que chama a atenção no método TheraSuit são os equipamentos especiais (Suit, Gaiola e Spider) utilizados para o desenvolvimento do tratamento, em geral para permitir que o paciente possa realizar os exercícios do modo mais seguro e eficaz.

O que é o Suit

O Suit é uma veste, ou órtese, macia e dinâmica, composta por um colete, um calção, joelheiras com tiras para serem anexadas nos sapatos e cordas elásticas, que são ajustadas entre as peças de acordo com a necessidade do paciente.

Como é a Gaiaola

A Gaiola é um aparelho composto por um sistema de polias e pesos, que elimina a ação da gravidade, facilitando um aumento da amplitude de movimento, a flexibilidade muscular e mobilidade articular. Nele, cada parte do corpo pode ser isolada, enquanto exercícios são realizados.

Entenda o Spider

Já o Spider, consiste em um sistema de cordas elásticas, presas à gaiola e ao paciente, que possibilita a realização de atividades de modo mais estável.

Tratamento diferenciado

O TheraSuit também se diferencia dos sistemas convencionais de tratamento por possibilitar ao paciente com paralisia dos membros se exercitar em pé.

O programa de fisioterapia também prevê um ritmo intenso de trabalho, com sessões diárias de 3 a 4 horas, em 5 sessões por semana, durante 4 semanas.

“Não que o método funcione mais do que qualquer outro, mas em função de ser uma terapia intensiva, a gente tem um resultado 6 vezes mais intenso do que o de uma terapia convencional”, destaca a fisioterapeuta Camila Szpoganicz, que já realizou duas especializações sobre o método nos Estados Unidos e o aplica atualmente em uma clínica de Florianópolis.

Origem do método Therasuit

O início do desenvolvimento do método Therasuit remonta ao ano de 1971, quando médicos da agência espacial americana (Nasa) criaram uma veste (Pinguin Suit) composta por uma série de cordas elásticas para resistir aos movimentos realizados pelos astronautas e simular os efeitos da falta de gravidade.

Os pesquisadores notavam que ao retornarem do espaço, os astronautas apresentavam um alto índice de fraqueza muscular e fratura de ossos.

Com o passar do tempo, os estudos demonstraram que os astronautas que não faziam o uso da veste apresentavam instabilidade postural semelhante ao da criança com paralisia cerebral.

Já em 1992, na Polônia, a veste Pinguin Suit foi adaptada e passou a ser utilizada com crianças portadoras de paralisia cerebral. Nessa época, denominaram a veste de Adeli Suit.

Somente em 2001, na cidade de Michigan, Estados Unidos, é que o método Therasuit foi consolidado pelo casal de fisioterapeutas Izabela e Richard Koscielny, que inicialmente buscava um tratamento mais eficaz para a filha com paralisia cerebral.

* Com informações da Agência Alesc

 

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