Meteoro que passou raspando pelo Sul do Brasil é filmado por câmera em Santa Catarina

Imagem: Reprodução/Bramon

Por: Elissandro Sutil

03/06/2021 - 17:06 - Atualizada em: 03/06/2021 - 17:12

Um meteoro foi registrado por câmeras da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) em Taquara (RS) e em Tangará, no Meio-Oeste de Santa Catarina. O registro é do dia 30 de maio.

“O meteoro ocorreu às 23:02 do último domingo, 30 de maio de 2021, e foi registrado pelas estações CFJ7 localizada no Observatório Heller & Jung, em Taquara, no Rio Grande do Sul, e TBT1 em Tangará, Santa Catarina, respectivamente administradas pelo Dr. Carlos Jung e por Thiago Boesing.”, informou a instituição em seu site.

Segundo a rede, o meteoro classificado como “earthgrazer” pode ter sido gerado por um meteoroide interestelar, ou seja, vindo de fora do Sistema Solar.

 

Segundo a Bramon, ele atingiu a atmosfera da Terra em um ângulo de 6,1°, em relação ao solo, e começou a brilhar a 162,7 km de altitude a sul de Capão Comprido (RS). Seguiu em direção ao norte a 230,7 mil km/h, percorrendo 243,6 km em 3,8 segundos e desapareceu a 137,0 km de altitude, a leste de Carlos Barbosa, RS.

Earthgrazer

Conforme a rede, “um meteoro earthgrazer é um meteoro que atinge a atmosfera da Terra de raspão e percorre imensas distâncias nas camadas mais altas da atmosfera. Geralmente um earthgrazer não brilha tão intensamente e não apresenta surtos de luminosidade (explosões). Dependendo do tamanho e da velocidade, o objeto pode escapar de volta para o espaço, como uma pedra que ricocheteia na água, quando atirada rente a um lago”.

De fora do sistema solar

Outro fato que chamou a atenção dos astrônomos é a grande velocidade alcançada por esse meteoro. Meteoros muito rápidos, segundo eles, podem ter origem cometária, vindos dos confins do Sistema Solar, ou até mesmo, de fora dele.

No caso deste registrado no dia 30 no Rio Grande do Sul, as análises preliminares indicam que ele foi gerado por um meteoroide vindo de fora do Sistema Solar. Se isso for confirmado, será o primeiro meteoro interestelar registrado pela Bramon, “o que mostra que o fenômeno é raríssimo e que vale a pena ser estudado mais profundamente”.

*Com informações da Bramon.