O médico brasileiro Victor Sorrentino foi preso ontem por autoridades da cidade de Luxor, no sul do Egito, após publicar um vídeo em que aparece assediando uma muçulmana. A informação da detenção de Sorrentino foi feita pelo Ministério do Interior egípcio e publicada pela CNN local.
#الداخلية .. تتمكن من ضبط شخص أجنبى #تحرش بإحدى #الفتيات عقب قيامه بنشر مقطع فيديو يتضمن واقعة التحرش على أحد مواقع #التواصل_الاجتماعي بشبكة #الإنترنت ، حيث تمكنت الأجهزة الأمنية من تحديد المجنى عليها ومرتكب الواقعة، وإتخاذ الإجراءات القانونية حياله والعرض على النيابة المختصة. pic.twitter.com/vAdbN7UXAE
— وزارة الداخلية (@moiegy) May 30, 2021
No vídeo publicado no Instagram, o profissional fez comentários em português a uma mulher em um bazar local.
“Vocês gostam mesmo é do bem duro, né? Comprido também fica legal, né?”, disse na gravação.
A funcionária sem entender, ri e acena com a cabeça.
Após compartilhar no Instagram, Vitor acabou excluindo a publicação. Mas as imagens circularam pelo país e as autoridades receberam denúncias da população.
Depois das críticas, o médico tornou privado o perfil na rede social e postou outro vídeo, dessa vez se desculpando.
“Eu sou assim. Sou um cara muito brincalhão”, justificou.
Porém, a hashtag #حاسبوا_المتحرش_البرازيلي (responsabilizem o assediador brasileiro, em tradução literal) se popularizou após a iniciativa “Speak Up” (falar abertamente), um movimento feminista no Egito, onde foi compartilhada a história no Twitter.
الشخص ده لسه موجود في مصر (الأقصر) لحد دلوقتي. لسه بيتفسح وبيخرج في البلد اللي قرر يدخلها ويستغل عدم معرفة بنت بلغته عشان يتحرش بيها ويخلي الناس تتريق عليها. #حاسبوا_المتحرش_البرازيلي pic.twitter.com/Tq2mBuWX2d
— Speak Up (@SpeakUp_00) May 29, 2021
Em 2014, o Egito criminalizou o assédio sexual com a lei que prevê multas ou pena de seis meses a três anos de prisão. No ano passado, o parlamento egípcio aprovou uma lei para manter a identidade das vítimas de agressão e assédio sexual em sigilo. O objetivo é proteger a reputação e incentivá-las a registrarem os casos.