Mais de 113 mil crianças perderam o pai, a mãe ou os dois para a Covid-19 no Brasil

Foto: Bahareh Bisheh/Reprodução.

Por: Elissandro Sutil

21/07/2021 - 14:07 - Atualizada em: 21/07/2021 - 14:50

A revista científica “The Lancet” publicou nesta terça-feira (20) um estudo relacionado às crianças que perderam o pai, mãe ou avós para a Covid-19.

A revista coletou dados de 21 países entre 1º de março de 2020 até 30 de abril de 2021. Esses países somam 77% das mortes pela doença.

Uma das autoras do estudo, Susan Hillis, do Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos (CDC), explicou que “para cada duas mortes por Covid-19 no mundo, há uma criança que viu morrer ao menos um genitor ou uma pessoa de referência importante”.

O Brasil é o quarto com mais crianças nesta situação, com duas crianças a cada mil e um total de 130.363 menores que perderam algum dos parentes para o coronavírus. O estudo mostrou que 87.529 perderam o pai, 25.608 crianças a mãe e 13 ficaram órfãs de ambos, totalizando 113.150.

Em relação aos avós, 8.567 perderam a avó, 8.577 perderam o avô e 69 perderam ambos.

Órfãos pelo mundo

Considerando todo o mundo, mais de um milhão de crianças ficaram órfãs de mãe ou de pai por causa da Covid-19. Ao contabilizar as perdas de tios e avós, o número sobe para 1,5 milhão de crianças.

O país com mais crianças afetadas foi o Peru, a cada mil crianças dez perderam ao menos uma pessoa de referência primária (pai, mãe, tios ou avós), totalizando 98.975 menores de idade.

Em segundo lugar aparece a África do Sul (5 crianças a cada mil, totalizando 94.625) e México em terceiro com (3 a cada mil, em um total de 141.132).

Os responsáveis pelo estudo explicaram que a perda de parentes para a doença estão propícias para desenvolverem problemas ao longo da vida.

“As crianças que perderam um parente ou um cuidador estão mais propícias a sofrer efeitos adversos de curto e de longo prazo sobre sua saúde, segurança e bem-estar, como um aumento do risco de sofrerem de doenças, abusos físicos, violência sexual e gestação na adolescência”, alertam.