Joinvilense recebe alta após 75 dias internada pela Covid-19

Foto: Reprodução.

Por: Elissandro Sutil

27/05/2021 - 13:05

O Brasil vem enfrentando grandes problemas com a pandemia da Covid-19. Com 454 mil óbitos pelo vírus, o país é o segundo com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Em Santa Catarina a vacina vem sendo aplicada aos poucos, com pouco mais de 2,2 milhões de doses aplicadas até o momento.

Em meio a tanto caos, enquanto esperamos a aplicação da vacina para toda a população, é sempre bom ler histórias de superação da Covid-19.

 

 

Desta vez quem venceu a longa batalha contra a Covid-19 foi a cantora e professora de canto, Gladis Regina Vieira, de 36 anos. Ela mora em Florianópolis, mas nasceu em Joinville e tem familiares em Jaraguá do Sul.

Ela contraiu a doença em janeiro e inicialmente achou que seria apenas uma gripe, por conta do tempo frio na capital catarinense.

Foto: Reprodução/Instagram.

Os sintomas iniciaram no quinto dia, quando perdeu o paladar. Foi quando a luz de alerta acendeu. No sexto dia as dores no peito apareceram e ela foi ao Hospital Unimed, onde recebeu os primeiros medicamentos recomendados pelo protocolo médico.

Gladis conta que foi ao hospital três vezes quando os sintomas estavam piorando. Ela chegou a passar por exames de raio-x, mas eles não revelavam nada e precisava ser feita uma uma tomografia, que não foi realizada.

Então no décimo dia, ela ficou pior, muito por conta da asma que possui. Por recomendação de uma amiga, Gladis decidiu ir ao SOS Cárdio, em Florianópolis, onde rapidamente foi diagnosticada com a Covid-19, passou por tomografia, recebeu novos medicamentos e foi internada imediatamente.

“Não imaginava que seria internada, porque já tinha ficado pior por crises de asma, mas os médicos me disseram que o meu pulmão estava muito comprometido”, contou Gladis.

Início do drama

Enquanto estava já recebendo oxigênio e esperando vaga na Unidade de Terapia Intensiva, precisou ligar rapidamente para o marido cancelar as aulas de canto que já estavam marcadas. Dois dias depois foi informada pelos médicos que seria intubada. Ela não se preocupou, pois achava que seriam poucos dias.

Por ser cantora, antes de ser intubada pediu aos médicos que preservassem suas cordas vocais durante a traqueostomia, que foi realizada 11 dias depois da intubação.

“Ainda lembro da cena, estava digitando para o meu marido ‘vou ser intubada’, era 29 de janeiro. Pensei que acordaria na semana seguinte, quando acordei, eu não conseguia me mexer e era 2 de março, todos estavam ao meu redor chorando”, disse Gladis.

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Em primeiro momento achou que a data estava errada, mas só foi entendendo o que aconteceu conforme os enfermeiros foram contando.

No período que ficou em coma, Gladis teve pneumonia, 75% do pulmão afetado, os seus dois rins pararam de funcionar e foi necessário realizar hemodiálise. Ela contraiu uma super bactéria após uma infecção urinária, que por pouco não se tornou uma infecção geral que a teria levado ela à morte.

Seu pai era quem recebia os boletins dos médicos. Num deles foi dito que ela tinha somente 48 horas para reagir aos medicamentos, caso contrário não resistiria às complicações da Covid-19. Ela diz que não consegue imaginar um pai recebendo uma notícia dessa sobre o filho e lembrou ser mãe de um menino de 13 anos.

Gladis e sua família. Foto: Reprodução.

Ela precisou receber acompanhamento dos psicólogos do hospital, por conta das alucinações e traumas que adquiriu.

“Quando estava intubada, tive muitas vivências, sonhava que estava em outro plano, era tudo muito real, intenso. Tive alucinações de que tinha sido transferida a outro hospital e cai da maca. Teimei com os médicos de que era verdade”, explicou a cantora.

Pós Covid-19

Gladis ficou cerca de 30 dias intubada, mais 30 dias na traqueostomia e mais 12 dias no quarto, retornando para casa somente no dia 5 de abril. Mas ainda precisar ficar 24 horas por dia no oxigênio puro e ainda sente falta de ar.

Confira o vídeo do momento de sua alta do hospital.

A cicatrização de sua traqueostomia foi rápida e ela conseguiu recuperar rapidamente os movimentos de deglutição. Porém, ficou muito tempo deitada, sem se mexer, e por isso ela perdeu a coordenação motora e quase todos os movimentos do corpo. Para tratar isto, necessita de fisioterapias frequentes para voltar a se mover normalmente.

Nas redes sociais, ela postou o momento em que conseguiu ficar de pé pela primeira vez em meses.

“Eu ainda choro ao ver fotos no hospital, porque lembro das dores, minha vida mudou em 1 segundo, eu quase morri, os médicos disseram que sou um milagre. Sou grata a Deus, minha família e amigos. O pós Covid-19 é cruel, as pessoas não tem ideia do que é, não consigo andar, não consigo escrever, demorei para voltar a comer, pareço um bebê”, destacou Gladis.

Foto: Reprodução.

Segundo ela, sua voz ainda não voltou a 50% do que era. Os vídeos que publicou cantando foi por saudades de cantar, “me acalma, é difícil, o fôlego não vem”, nas palavras dela.

As crises de ansiedade que adquiriu durante a internação está controlada por conta das terapias que faz, mas 2021 certamente vai estar marcado para sempre em sua vida.

“Até fim do ano vou estar bem e agradeço que estou viva”, disse Gladis, emocionada.

 

Doações

Por conta dos decretos restritivos da pandemia, Gladis e seu marido foram extremamente prejudicados em seus empregos, com eventos e confraternizações proibidos, ela perdeu sua principal fonte de renda. Nesse momento que ficou internada, seu marido precisou ministrar as aulas de canto até onde conseguia.

Mas agora precisa de doações para a compra de medicamentos de alto custo, vitaminas e suplementos para sua recuperação da Covid-19. Além do custo de energia por conta do oxigênio que precisa estar ligado 24 horas por dia.

Você pode ajudar Gladis doando através do PIX 764 .860.959-20, que está no nome do seu marido, Samuel Rosa,