Um dos principais problemas ambientais do mundo é a quantidade de lixo gerado pela população. A melhor forma de evitar prejuízos a natureza é reciclando.
Porém, mesmo com todas as informações e com o avanço nos índices de reciclagem em Jaraguá do Sul, muitas pessoas ainda insistem em colocar resíduos sólidos junto aos recicláveis.
Todos os materiais coletados pela coleta seletiva são destinados às 10 cooperativas de reciclagem credenciadas com o Samae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto).
Mesmo com a volta do saco verde, o representante da Cooperativa JVS, Adilson Luiz Dalcanale, salienta que os moradores precisam de mais consciência.
“Não vou dizer que está ruim. Melhorou com este projeto. Mas as pessoas ainda insistem em jogar lixo orgânico no reciclável”, revela.
Restos de comidas, fraldas, papel higiênico e até mesmo preservativos. Estes foram alguns dos itens flagrados pela reportagem do OCP na manhã da última quinta-feira (25), enquanto os funcionários da cooperativa realizavam a separação dos recicláveis que chegavam da coleta.
“É sempre assim. Tem sacolas que a gente não consegue reciclar nada. Os moradores só vão mudar a atitude a hora em que eles foram notificados.”, explica.
A cooperativa recebe também muitas sacolas com comida. Na esteira, o funcionário da cooperativa abria as sacolas e ficavam expostos pedaços de carne, feijão e macarrão.
Representante da Cooperativa JVS aponta que moradores precisam ter mais consciência | Foto Eduardo Montecino/ OCP News
Adilson revela que os moradores devem limpar todos os recipientes antes de enviar para a reciclagem.
“Só vai contribuir com o nosso trabalho e todos saem ganhando”, revela.
Nem Samae, nem as cooperativas calculam quanto dos resíduos que chegam pela coleta seletiva precisam ser encaminhados ao aterro sanitário por não estar adequado para a reciclagem.
No primeiro trimestre desse ano, em média 2,6 mil toneladas de lixo foram encaminhadas ao aterro sanitário por mês, enquanto cerca 600 toneladas de resíduos foram reutilizadas, o que representa um índice de reciclagem de 23%.
Preservativos estão entre os materiais encontrados na reciclagem | Foto Eduardo Montecino/OCP News
Adilson revela que a cooperativa recebe 8 toneladas de resíduos por semana. Na opinião dele, o município tem capacidade para recolher 19 toneladas de reciclados por dia. Dalcanale acredita que os números podem ser maiores.
“Dizem que o índice é mais de 2 mil toneladas. Pela capacidade de habitantes que Jaraguá tem, deveríamos estar reciclando mais”, pontua.
Meta é reciclar 30% dos resíduos produzidos
Em 2017, um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou que apenas 13% de todos os resíduos sólidos urbanos no Brasil são reciclados de forma correta.
Segundo dados do Meio Ambiente, se a população reciclasse uma tonelada de papel o país economizaria 10 mil litros de água e iria evitar o corte de 17 árvores.
Jaraguá do Sul está a frente nessa realidade com o índice de 23% alcançado de janeiro a março. O ano de 2018, por sua vez, fechou com um cerca de 15% do lixo produzido ao longo do ano reciclado.
Foto Eduardo Montecino/OCP News
O presidente do Samae, Ademir Izidoro, revela que a meta em 2019 é obter um índice de 30%. “Com a volta do saco verde, a coleta tem contribuído para os trabalhos das empresas”, relata.
O sistema teve sua distribuição suspendida em 2015. Em 2017, a volta do “saco verde” foi solicitada pelas cooperativas de recicladores tendo sua volta decretada em 2018.
O que pode reciclar
- Plástico: Garrafa plásticas, tubos, canos, potes de creme, frascos de xampu, baldes, bacias, brinquedos, saquinhos de leite, embalagens e isopor.
- Papel: Jornal, listas telefônicas, folhetos, revistas, folhas de rascunho, caixas de leite e suco
- Vidro: Garrafas, portes, jarros, vidros de conserva, produtos de limpeza.
- Metal: Latas de alimentos e bebida, tampinhas, arames, pregos, fios, objetos de cobre, alumínio, bronze, chumbo e zinco.
Não é reciclável
- Guardanapos de papel
- Papel toalha
- Fralda e absorvente
- Esponja de aço
- Embalagens e papeis metalizados e plastificados
- Produtos tóxicos
- Combustível e óleo.
Samae estuda implantar coleta mecanizada
Jaraguá do Sul pode receber nos próximos anos um projeto que pretende facilitar a reciclagem no município.
A autarquia está estudando a viabilidade de implantação de coleta mecanizada, conforme informações repassadas pelo presidente do órgão Ademir Izidoro.
Na prática, o sistema vai permitir que a população descarte os resíduos em contêineres subterrâneos a qualquer hora do dia.
“Estamos reunindo algumas lideranças em bairros para avaliar. É um projeto que tem muitas cidades já estão usando”, revela Izidoro.
Segundo o presidente, a coleta vai evitar que os sacos fiquem expostos e sofram com a ação de animais, além de aumentar o engajamento da população com a limpeza urbana e a segregação dos resíduos.
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