Jaraguaense cria vaquinha virtual para ajudar menino de 12 anos que vende bolachas

João sai para vender bolachas, enquanto a mãe fica em casa cuidando da filha de 2 anos | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

12/03/2019 - 05:03 - Atualizada em: 12/03/2019 - 08:42

Entre as muitas histórias pelo mundo de pessoas que passam por dificuldade e precisam de ajuda, uma em especial chamou a atenção do Anderson Rauber, jaraguaense que reside em Lisboa, Portugal.

A história do adolescente, João Vitor Pitz, 12 anos, chegou para Anderson através das redes sociais e o fez ter vontade de encontrar uma forma de ajudar o menino.

Anderson acredita que ações como essa ajudam a mostrar ao mundo que ainda existem muitas pessoas de bem e que é importante olhar para o lado e ver a história de quem está próximo.

“Não podemos deixar que a rotina do dia a dia consuma o nosso lado bom, a minha ideia é potencializar cada vez mais esse tipo de ação”, comenta.

Para ajudar João e sua família, Anderson criou uma vaquinha virtual no site Catarse.com com o objetivo de arrecadar R$ 5 mil até o dia 7 de maio . A história do adolescente viralizou nas redes sociais após uma foto que mostra João vendendo bolachas pela cidade.

A mãe de João, Nívia de Oliveira Costa, conta que o menino passou a vender os doces após o pai, Jeferson Pitz, morrer em decorrência de uma pneumonia em julho de 2018. Foi assim que ele decidiu assumir responsabilidades e ajudar a família.

“Depois da morte do pai, o João disse que iria virar o ‘homem da casa’ e me ajudar a pagar as contas”, comenta.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Nívia está desempregada desde a morte do marido, já que precisa cuidar dos filhos Gustavo, de 5 anos, e da caçula Victoria, de apenas 2 anos. Assim como João Vitor, Gustavo frequenta a escola em meio período, mas a mãe não conseguiu vaga na creche para a mais nova e, segundo ela, é isso que a impede de arrumar um emprego.

“Estamos na fila de espera desde o ano passado, mas até agora não consegui nada, enquanto isso preciso viver apenas com o que recebo do Bolsa Família”.

Aos 40 anos, Nívia sofre ao ver o filho perder parte da infância para ajudar em casa e afirma que assim que a situação melhorar, ele vai se dedicar apenas à escola, que frequenta no período da manhã.

Segundo a mãe, João sai para vender bolachas em dias alternados e se dedica bastante aos estudos. “Fico muito triste em saber que ele está abrindo mão de tanta coisa pra trabalhar, mas não vejo outra maneira de passar por isso”, ela comenta emocionada.

Com esperança de dias melhores, ela agradece a iniciativa de todos que tentam ajudar e acredita que essas ações de solidariedade possam mudar a situação da família e logo consiga trabalhar para dar uma vida melhor aos filhos.

 

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