Jaraguá registra aumento no número de casos de Sífilis e Aids

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quinta-feira, 02:43 - 28/04/2016

"Quem nunca fez o teste rápido para detectar se tem Sífilis e Aids, tem que fazer, não importa a idade”, alerta a gerente de Vigilância Epidemiológica de Jaraguá do Sul, a psicóloga Fabiane da Silva Ananias. Foi a partir de uma nova ferramenta, implantada nas unidades no final de 2014, que a Secretaria Municipal de Saúde passou a identificar o número crescente de casos das duas doenças, favorecendo o diagnóstico precoce aos pacientes. Dados do órgão indicam que foram registrados 285 casos de Sífilis na cidade no ano passado, enquanto que em 2014 ocorreram 107 confirmações, e contrastando com 2013, 71 casos. Já em relação aos casos de Aids, em 2015 foram contabilizados 82 novos casos - sendo que 36 estão em tratamento e 46 ainda se mantêm saudáveis. Em 2014 foram apenas 28. 2013, no entanto, foram 47.
Segundo a gerente de Vigilância Epidemiológica, de janeiro a março deste ano já foram registrados 54 novos casos de Sífilis em Jaraguá, sendo dois de Sífilis congênita, sete em gestantes e 45 adquiridas. Nos nos três primeiros meses deste ano, Jaraguá registrou 16 novos casos de HIV.
O perfil da maioria dos pacientes homens são de jovens de 18 a 30 anos, e das mulheres, de 30 a 45 anos, com pouca incidência entre os idosos, informou a Secretaria de Saúde.
Para Fabiane da Silva, o abandono do hábito de usar camisinha durante as relações sexuais está diretamente ligado ao aumento no número de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) nos últimos anos. “Temos tanto pacientes com baixa escolaridade, como de escolaridade alta, que são displicentes com o uso da camisinha. O sexo sem proteção também transmite doenças como hepatite B, carcinoma, câncer de colo do útero”, lembra.
Em 2015, em uma pesquisa feita na cidade, mais de 500 universitários do município foram abordados e reconheceram que não usam preservativo, nem falam sobre HIV com os parceiros. “Muitos são ‘ingênuos’ em pensar que conhecem com quem sai. Parece que quem tem HIV está no submundo, mas não é assim”, complementa a psicóloga Fabiane Ananias.
Hoje, o teste para descobrir estas doenças consiste em uma picada no dedo, com resultado da análise do sangue em 20 minutos. Ele pode ser feito nos 24 postos de saúde, na unidade central da Rua Reinoldo Rau, no Centro de Atenção à Mulher, nos três CAPS (Centros de Atendimento Psicossocial) e no presídio regional. “A partir dos testes rápidos, hoje já se sabe o quanto antes, permitindo tratamento com melhor qualidade de vida. Até 2013, a maioria já chegava com alguma doença oportunista”, observou a gerente.
Meta é testar 90% da população para DST´s
Fabiane Ananias destaca que o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e o Ministério da Saúde buscam a meta de 90- 90-90, que significa 90% da população testada, 90% dos doentes em tratamento e 90% dos que estão em tratamento com carga viral indetectável, que significa que a doença está sob controle. “Em Jaraguá do Sul, mais de 90% dos que descobriram que tem Sífilis, ou Aids, está em tratamento”, enfatiza.
A erradicação da sífilis congênita é uma prioridade da Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), e Ministério da Saúde. A OMS estima em um milhão de novos casos de sífilis por ano entre as gestantes e preconiza a detecção e o tratamento dos parceiros sexuais portadores da Sífilis, que pode ser transmitida ao feto e resultar em graves implicações. A eliminação da transmissão vertical do HIV também é prioritária para a América Latina e Caribe desde 2010.
Casos em Jaraguá
Sífilis:2016 (janeiro a março): 54
2015: 285
2014: 107
2013: 71
AIDS:2016 (janeiro a março): 16
2015: 82
2014: 28
2013: 47
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