A pandemia desencadeada pelo novo coronavírus representa um desafio para toda a sociedade, mas principalmente para o desenvolvimento das crianças, que tiveram sua rotina de estudos, aprendizado e convício social duramente afetadas pelas medidas sanitárias. Por isso os riscos para a próxima geração vêm preocupando especialistas na área.
É comum ouvirmos falar sobre geração Z e millenial, entre outras denominações. Mas o isolamento social necessário para conter a propagação do vírus está até nomeando a nova geração como a “geração C, de covid”.
Mas, ensina a professora Maria Beatriz Martins Linhares, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e estudiosa do tema, o desafio “não pode ser uma ameaça e pode ser um momento de oportunidade para atuar como proteção, como neutralizador do risco”.
Para o desenvolvimento potencial pleno das relações sociais e interpessoais, a criança precisa participar de contextos em família, escola e sociedade, “envoltas em estímulos e processos de socialização”, comenta a professora.
Comprometida a convivência escolar e social, diz a professora, resta à família a tarefa de construir as conexões necessárias. E estas conexões, adianta, ”devem ser estimuladas por afeto e momentos prazerosos”.
Para apoiar os pais nessa jornada, Maria Beatriz lembra que existem à disposição programas de parentalidade a distância, que podem ajudar a fortalecer a relação com as crianças, aumentando a conexão social de estímulo ao desenvolvimento dos filhos.
Contudo, afirma que essas estratégias não dispensam a escola de sua função socializadora.
As gerações
Definir uma geração não é fácil e os nomes podem mudar com o tempo. Ás vezes algo que parecia ser um fator determinante na identificação de uma geração pode, mais tarde, revelar-se menos influente que outros eventos. As datas podem variar um pouquinho, mas as definições mais utilizadas das gerações mais recentes são essas:
Geração Silenciosa: Nascidos entre 1925-1945
Baby Boomers: Nascidos entre 1946-1964
Geração X: Nascidos entre 1965-1980
Millennials: Nascidos entre 1981-1996
Geração Z: Nascidos entre 1997-? (sem final definido)
Geração C: Estima-se a partir de 2016.
Não há consenso sobre as datas que compreenderiam a Geração C, mas especialistas acreditam que a pandemia pode ter impactos significativos que devem moldar a vida de quem nascer até 2030.
Por conta do maior período em casa, essas crianças podem ter recebido muito mais estímulos por aparelhos televisivos e dispositivos móveis, como smartphones, e tablets e já são mais naturalizados à comunicação instantânea por vídeo. São crianças mais familiarizadas às telas e redes sociais desde mais cedo.