Os três irmãos agricultores de São João Sul, no Extremo Sul catarinense, de 48, 51 e 53 anos, que morreram em um intervalo de oito dias devido às complicações causadas pela Covid-19, não se recusaram a tomar a vacina. A informação foi repassada pela filha de uma das vítimas e contraria a versão da Secretaria de Saúde do município.
Eles não teriam procurado pelo posto de saúde para receber o imunizante. As mulheres, diabéticas, condição agravante para a doença, tinham receio da reação, e o homem, o mais novo do trio, estava trabalhando muito e “não tinha tempo para se vacinar”.
Já a secretária de Saúde, Rejane Elíbio de Borba, disse ao G1 que os irmãos foram procurados diversas vezes para serem imunizados contra a doença.
As mortes causaram comoção e repercussão nacional.
Os pais das vítimas, de 81 e 86 anos, e um irmão mais velho, de 58 anos, também contraíram a Covid, mas todos estavam vacinados e apresentaram apenas sintomas leves.
A última vítima, uma mulher de 51 anos, ficou hospitalizada por 21 dias. Ela teve problemas renais e chegou a ser submetida a traqueostomia.
Até quarta-feira (22), 17 pessoas morreram na cidade por complicações da doença, segundo dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Conforme o cronograma estadual de vacinação, os irmãos poderiam estar imunizados quando contraíram a doença.
De acordo com a Prefeitura, após as mortes, familiares que também tinham negado a imunização procuraram o posto de saúde para se vacinar. Segundo a secretária de saúde, o caso é considerado anormal no município.