A ansiedade dos jaraguaenses que esperam pela reforma da ponte Alfredo Jacob Emmendoref, a ponte pênsil do Baependi, interditada desde dezembro de 2018 quando fortes chuvas danificaram um pilar de sustentação, tem levado algumas pessoas a usarem a estrutura de maneira precária.
As medidas de proteção como as fitas de contenção, um bloqueio físico e a retirada de parte da base da ponte não inibiram os pedestres de continuarem usando o local para fazer travessias. Durante a manhã desta segunda-feira (24), a reportagem flagrou crianças se arriscando na estrutura.
A equipe do OCP tentou persuadir os pequenos a não atravessarem pela ponte interditada, mas eles passaram pela estrutura mesmo assim. A "explicação" é que já estariam acostumados a fazer a travessia com a estrutura da maneira como está.
A aposentada Maria Marlene Petry confirma que a prática perigosa virou rotina para os pedestres que desejam cortar caminho entre o Centro e a Vila Baependi. “É preocupante, mas eles estão passando por ali com frequência. Eu já alertei os vizinhos porque pode acontecer um grande desastre”, acredita.

Maria não se arrisca, porém, reforça que a passagem fechada prejudicou a sua rotina. A aposentada, que faz caminhadas pela manhã, se viu obrigada a mudar o roteiro dos exercícios. "Antes de fechar a ponte, meu percurso durava cerca de 10 minutos, agora levo pelo menos 20 minutos para chegar ao meu destino", comenta.
A secretária de Esporte, Cultura e Lazer, Natália Lúcia Petry, lamenta a demora da reforma, mas alerta a população para que obedeça às placas de sinalização que estão instaladas no local. “Mesmo com a interdição, é falta de prudência tentar atravessar. Sei que a população está ansiosa pela liberação, mas se a ponte está interditada é porque oferece perigo”, orienta.
Licitação será encaminhada nesta semana
Em maio deste ano, o projeto de restauração da ponte pênsil foi aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural de Jaraguá do Sul (Comphann) e a Prefeitura.
De acordo com Natália Lúcia Petry, a obra precisou ser revisada pelo órgão já que a ponte é tombada como patrimônio histórico e o restauro precisa seguir os critérios técnicos específicos.
Natália salienta que após a aprovação, o projeto foi encaminhado para a Secretaria de Obras da Prefeitura, que deu seguimento ao processo.
Segundo o arquiteto e urbanista da Prefeitura, Otoniel da Silva Obrad, depois de passar pelos trâmites do Comphann, o projeto foi finalizado na semana passada.

Obrad explica que o projeto será encaminhado para a licitação nesta semana e deve levar em torno de 45 dias para saber qual será a empresa responsável pela restauração. Segundo o arquiteto, o investimento para conclusão do reparo está estimado em R$ 150 mil.
Entretanto, na avaliação do profissional, o tempo de espera por uma solução pode ser ainda maior. "Não é uma obra simples de fazer e não sei se vamos conseguir uma empresa interessada", explica. "Pode ser que a gente abra o processo de licitação e não apareça ninguém", pondera.
Segundo Natália Lúcia Petry, apesar da ponte possuir exigências técnicas especificas por se tratar de uma estrutura histórica, a empresa licitada terá que seguir todos os detalhes do projeto.
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