Dos 539 casos de coronavírus confirmados em Jaraguá do Sul desde o início da pandemia, 151 foram de pessoas entre 30 e 39 anos – o que representa quase 30% do total. Os dados levam em contam as confirmações até esta terça-feira (14).
A infecção de pessoas nessa faixa etária tem sido visível nos números e também na rotina de consultório, afirma o pneumologista Felipe Benthien.
“A gente tem percebido um número muito grande de pacientes com Covid, hoje mesmo [7 de julho] atendi um paciente de 30 anos com tosse, febre baixa, dor torácica e fomos fazer um raio-X e já tinha lesões no pulmão”, alerta.
O especialista ressalta essa percepção de que muitos pacientes jovens têm aparecido com sintomas e exames confirmados, o que reforça a importância dos cuidados para esse público que também pode ter complicações.
Como foi o caso do motorista Adriano Correa, 39 anos, que falou em matéria especial ao OCP sobre a recuperação após ter passado 7 dias em estado grave na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) dos Hospital São José.
Correa não tinha doenças crônicas, mas mesmo assim vivenciou o extremo da doença, com uma grave lesão pulmonar.
Essa crescente no número de casos precisa ser observada com conscientização. “Em março abril a gente via um número pequeno, um ou outro paciente, um a cada três, quatro dias, hoje eu vejo três, quatro pacientes por dia com sintomas e exames confirmados”, ressalta o médico.
Em um semana, da última segunda-feira, 6 de julho, até essa segunda, 12, a Prefeitura de Jaraguá do Sul confirmou 108 novos casos no município.
Consulta precoce
O pneumologista estimula que as pessoas busquem consulta médica assim que perceber os sintomas, uma vez que existem tratamentos precoces que podem ajudar a evitar complicações.
Segundo o médico, existem protocolos médicos para as fases iniciais da doença, que vão sendo incrementados conforme o quadro de cada paciente.
Mas Benthien alerta: tratamento precoce não é se automedicar, o que é totalmente contraindicado. Qualquer medicamento só deve ser tomado com orientação médica.
“Eu tenho visto muitas pessoas se automedicando, usando cloroquina e ivermectina”, condena. “Profilaxia é tomar remédios sem ter sintomas e não recomendo que ninguém tome nenhum medicamento se está se sentindo bem, não vale a pena tomar nenhum medicamento, no máximo uma vitamina C e vitamina D”.
Conscientização e cuidados
A incidência de doenças virais é comum nos períodos de inverno, como julho e agosto, tanto pelo recolhimento das pessoas em ambientes fechados, com pouca circulação solar, quanto pela umidade e baixa incidência solar que aumenta a carga viral no ambiente.
“Aqui no Sul agora a doença está aumentando a cada dia que passa, número recorde de novos casos”, destaca o médico. “Agora a gente está chegando no pico e tem meses de doença até chegar a vacina. Temos que fazer alguma coisa para evitar essa piora e evitar um número grande de óbitos”.
O pneumologista orienta as pessoas a tomarem as atitudes que são recomendadas: usar máscaras, evitar aglomerações, manter os distanciamentos e isolamento. Quem precisa sair para por motivos importantes ou trabalho, que seja de forma consciente e pontual.
“Pacientes que vem fazer consultas, venham somente com acompanhante, não circulam em vários locais”, comenta.
E ainda ressalta o cuidado extra aos grupos de risco. “Quem tem que cumprir as suas atividades que vá, mas as pessoas que têm risco, cardiopatias, doenças cardíacas, pulmonares, imunodeficiências e idosos tem que se cuidar muito porque se a doença Covid-19 chegar a complicar, levar a uma insuficiência respiratória, o risco de óbito para as pessoas que têm fatores de risco é muito alto”, pontua.
A orientação para quem convive com pessoas desses grupos é de cuidado redobrado e evitar movimentações desnecessárias para resguardar a saúde.
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