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Hospital Santo Antônio pode ficar sem repasse mensal de R$ 64 mil do Ministério da Saúde

Por: Elissandro Sutil

23/08/2017 - 06:08 - Atualizada em: 24/08/2017 - 11:00

Desde o mês de abril na gestão do Hospital Municipal Santo Antônio, Jocélio Voltolini reconhece as carências e as principais demandas que devem ser supridas para melhorar o atendimento da unidade. A reorganização de processos já está sendo realizada, assim como projetos de ampliação e estruturação interna.

O foco da equipe administrativa no momento é atender as solicitações do Ministério da Saúde em relação aos dez leitos disponíveis para o Sistema de Regulação (Sisreg). O hospital tem até o começo de setembro para se adequar aos requisitos, com o risco de suspensão do repasse mensal estimado em R$ 64 mil.

O Sisreg foi implantando no ano de 2014. “Durante esses anos, as adequações não foram realizadas, nos deixando com um período de 30 dias para executá-las. Se ficarmos sem o repasse, será difícil manter as atividades”, observa Voltolini. Entre os documentos necessários, está a comprovação de adaptações nos leitos, instituição de políticas de humanização, gestão de risco pelo Núcleo de Segurança do Paciente, implantação das comissões do Núcleo Interno de Regulação e de Acesso e Qualidade, entre outros. Os relatórios devem ser enviados nesta semana ao Ministério.

Gestão reconhece as carências e as principais demandas para melhorar o atendimento | Foto Eduardo Montecino/OCP

De março a maio, parte do segundo piso do hospital tinha sido interditada para reforma. Com a reabertura do espaço no mês de junho, a disposição dos 60 leitos internos foi organizada, sendo 26 para a internação clínica médica, 24 para clínica cirúrgica e dez para o Sisreg.

O centro cirúrgico também foi reaberto em julho para pequenos procedimentos. Segundo o gestor, foram realizadas 149 cirurgias. “Temos uma parceria com a Secretaria de Saúde, que está encaminhando um profissional para este serviço para atender pacientes que já estavam na fila municipal”, conta Voltolini.

O hospital ainda não está realizando cirurgias de médio à grande porte em virtude da ausência de um anestesista. O profissional chamado por concurso público não apresentou a documentação dentro do prazo de 30 dias, sendo necessária a convocação do segundo colocado. A contratação do médico cirurgião está sendo fechada.

Logo após esse processo, que deve ser concluído em setembro, a gestão dará início as consultas de triagem para as cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em um primeiro momento, será atendida a demanda de pacientes que não está sendo suprida em outras unidades hospitalares da região, de hérnia e vesícula.

Pronto atendimento contará com dois médicos a partir de setembro | Foto Eduardo Montecino/OCP

Organizações sociais devem apresentar plano de gestão

Na manhã de hoje (23), a gestão do Hospital Santo Antônio e a Secretaria de Saúde de Guaramirim se reúnem para definir as demandas e os requisitos que serão solicitados às organizações sociais que se dispuserem a administrar a unidade.

Com o edital de qualificação de propostas finalizado, as quatro empresas capacitadas para a disputa devem montar seus respectivos planos de gestão até o final de setembro. Em outubro, a comissão voltará a analisar as propostas.

“Estamos atentos às questões referentes à gestão dos Recursos Humanos, se a Prefeitura que efetuará o pagamento dos funcionários ou fará um termo de cedência dos profissionais. Esse estudo é mais moroso e para evitar problemas futuros, analisamos como isso funciona em outras cidades”, explica Voltolini.

O hospital conta com 110 funcionários, gastando por mês aproximadamente R$ 385 mil com folha de pagamento e mais cerca de R$ 320 mil com honorários de médicos, o que compromete mais de R$ 700 mil da receita mensal da unidade. Os R$ 150 mil de verba restante é destinada para custos operacionais, como medicamentos, manutenção e equipamentos.

Hospital conta com 110 funcionários | Foto Eduardo Montecino/OCP

O repasse da Prefeitura, conforme Voltolini, gira em torno de R$ 850 mil. As variações, como ele relata, ocorrem em virtude do pagamento de férias e horas extras, incluindo a cobertura de atestados, compra de medicamentos e materiais. O repasse do SUS varia conforme a quantidade de serviços prestados pela unidade, ficando por volta dos R$ 100 mil – são em média R$ 64 mil aos leitos e outros R$ 45 mil para o pagamento dos atendimentos de urgência, emergência e internações.

Para atender o fluxo de 5.300 atendimentos mensais na emergência do hospital, o pronto atendimento contará com dois médicos a partir de setembro.

Unidade soma déficit de R$ 2,7 milhões

Em 2016, o hospital de Guaramirim registrou 58 mil atendimentos de emergência. Nos anos de 2014, 2015 e 2016, o valor repassado pelo SUS não acompanhou o volume de serviços prestados, gerando um déficit de R$ 2,1 milhões segundo o gestor da unidade. O Estado também teria deixado de encaminhar o acumulado de R$ 650 mil nestes anos, conforme o diretor.

“Esse rombo vem sendo pago pela Prefeitura. Agora, buscamos junto ao secretário de Saúde a reposição dessa verba, pois os repasses não são suficientes para suprir a demanda crescente de atendimentos. Não sabemos por qual motivo as gestões anteriores não procuraram equalizar esse déficit”, destaca Voltolini.

A reabertura do centro cirúrgico seria outra forma de atrair mais receita para a unidade. Já a retomada dos atendimentos na maternidade se torna inviável devido ao custo de manutenção, avaliado em R$ 250 mil. “O Hospital Jaraguá é referência neste quesito e oferece um serviço com alto grau de segurança e estabilidade para os pacientes”, considera. Conforme levantamento na época de atividade, nasciam cerca de 40 crianças por mês no município.

Com alto custo para manutenção, diretor do hospital exclui a possibilidade de abertura da maternidade mesmo com ativação do centro cirúrgico. O centro cirúrgico também foi reaberto em julho para pequenos procedimentos, 149 já foram realizadas.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP