Por Dyovana Koiwaski | Foto Eduardo Montecino
Desde setembro do ano passado, a merenda da escola estadual Duarte Magalhães ganhou um sabor especial. Os temperos e verduras que incrementam os pratos são colhidos da horta comunitária criada na instituição com a ajuda dos alunos do segundo ano do ensino médio.
O projeto foi idealizado pelo professor de geografia, Marcos Cordeiro Pinto, e agora é coordenado pela docente Luciana Orates. Antes de efetuar o plantio das mudas, os estudantes precisaram se organizar para limpar e preparar o terreno que seria utilizado, localizado ao lado do refeitório da escola. Com as ferramentas em mãos, eles capinaram o lote e trouxeram garrafas plásticas para delimitar os espaços destinados para a horta.
“Também foi solicitado que cada um trouxesse uma muda para ser plantada. Colorimos os muros ao redor e reservamos um local para fazer a compostagem”, explica a professora. Da preparação da horta até a primeira colheita, foram cerca de seis meses.

Alunos das turmas do terceiro ano são responsáveis por fazer a manutenção do espaço a cada duas semanas | Foto Eduardo Montecino
Neste ano, os alunos das seis turmas do terceiro ano plantaram novas sementes. Alfaces, cebolinhas verdes, salsinhas, couve, chuchu e hortelã. “Além de promovermos uma alimentação mais saudável para estes adolescentes e os incentivarem a fazer o mesmo em casa, prezamos pela sustentabilidade do meio ambiente, despertando esse cuidado desde cedo”, analisa a professora. A manutenção do espaço é feita a cada duas semanas.
Pratos com toque de sabor
Na manhã de quarta-feira (31), a merendeira Marilete Silveira foi logo cedo até a horta e colheu 20 pés de alface. Mais tarde, as folhas fresquinhas recheavam o sanduíche servido aos alunos da escola. “A horta nos ajuda muito porque conseguimos reforçar os pratos servidos tradicionalmente, como os lanches, sopas e saladas. Com hortelã, preparamos chá para os estudantes”, ressalta Marilete.
A merenda saudável é aprovada até mesmo pelos alunos mais resistentes às hortaliças, como Gabrielle Hornburg, 16 anos, que participou de todo o processo de preparação do quintal e fica orgulhosa ao observar o bom desenvolvimento da plantação. “Os próprios temperos, que passam mais despercebidos por nossos olhos, deixam a comida muito mais saborosa”, comenta a aluna do terceiro do ano.
Acostumada a consumir verduras nas refeições feitas em casa, Natali Gonçalves Colasso, 17 anos, também é a favor do projeto, que além de promover uma alimentação consciente, revitalizou uma área antes inutilizada pela escola, aponta a aluna.
De acordo com a professora Luciana, o objetivo da escola ao longo deste ano é ampliar ainda mais a variedade e quantidade de cultivos, construindo também uma horta vertical no local.