Heróis da saúde: a rotina de quem está por trás do serviço de teleatendimento à Covid-19 em Jaraguá do Sul

Foto Fábio Junkes/OCP News

Por: Elissandro Sutil

15/12/2020 - 05:12

O trabalho exaustivo, a superação e os desafios dos profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid-19 em Jaraguá do Sul são o tema da série de reportagens especiais que a Rede OCP de Comunicação inicia nesta terça-feira (15) para homenagear quem está, dia após dia, batalhando pela saúde da população jaraguaense.

Uma dessas pessoas que teve a vida transformada durante a pandemia foi o estudante Gabriel Correa Muskovski, de 22 anos.

Cursando o quinto ano da faculdade de enfermagem, ele foi convocado pelo programa “Brasil Conta Comigo” no mês maio para auxiliar no combate à Covid-19.

 

 

Pouco tempo depois, Muskovski foi encaminhado para a Central de Orientação do município.

Na sala, localizada na Secretaria de Saúde, quase 60 pessoas atuam de segunda a segunda atendendo os chamados dos jaraguaenses que buscam solucionar dúvidas sobre a doença e medidas restritivas ou que apresentam os sintomas do coronavírus.

O canal de atendimento, criado no dia 15 de março, é a porta de entrada para a identificação dos casos da doença no município, realizando triagens, consultas e encaminhamentos à distância.

A primeira função de Muskovski na Central foi tirar dúvidas dos cidadãos e encaminhar os resultados dos exames. Em agosto, ele passou a fazer a triagem no 0800.

Foto Fábio Junkes/OCP News

O estudante trabalha das 9h às 18h, de segunda a sexta, e atende em média 45 ligações por dia, com cerca de 20 sendo direcionadas para consulta médica.

Segundo ele, apesar da grande demanda, a adaptação ao novo serviço foi razoavelmente tranquila pelo conhecimento em enfermagem e pela experiência que teve durante um estágio em um hospital da região, onde desenvolveu o aprendizado sobre doenças infectocontagiosas.

“Durante as ligações, ficamos reféns do que o paciente nos conta e muitas coisas que são importantes para entender do que se trata, a pessoa não sabe como informar. Por isso, nos casos mais complicados, a consulta presencial é solicitada”, comenta.

Muskovski destaca o papel da teleconsulta durante a pandemia. “É um serviço fundamental para os casos menos graves e também impede a circulação de pessoas e a pressão no sistema de saúde”, avalia.

O lado mais difícil dos atendimentos

Atendendo centenas de ligações semanalmente, o estudante de enfermagem tem contato com muitas pessoas que estão apresentando sintomas da Covid-19 e sente, pela voz de quem está do outro lado da linha, a apreensão de quem pode ter contraído o vírus.

“As pessoas se mostram mais preocupadas quando convivem com grupos de risco. Lembro também de quando atendi um senhor, idoso e com comorbidades, que estava com a saturação baixa. Nesses casos, o indicado é logo procurar o hospital. Então, você acaba sentindo o medo do paciente”, conta.

Prestar atendimento para amigos e familiares é outro cenário que pode acontecer trabalhando na Central de Orientação. No caso de Muskovski, ele prestou serviço a um antigo professor que estava com fortes sintomas da doença.

Foto Eduardo Montecino/PMJS

Para lidar com a própria ansiedade e medo de ser infectado pelo coronavírus, o estudante conta que aprendeu a se desconectar das notícias quando está em casa.

“No início, acompanhava todos os dados mundiais, artigos científicos e lives com profissionais renomados da saúde, mas depois passei a reservar um tempo para mim e limitei o uso as redes sociais. Mesmo assim, é só sair na rua e ver o uso incorreto das máscaras ou aglomerações para lembrar que não está tudo bem”, relata.

Atos como higienização constante das mãos, uso de equipamentos de proteção e evitar contato com mucosas e aglomerações viraram parte do cotidiano de Muskovski em 2020.

Central de Orientação

Na Central de Orientação sobre o coronavírus, em caso de suspeita de Covid-19, os munícipes são monitorados pelos profissionais constantemente e também podem ser encaminhados para uma consulta por telefone com os médicos de plantão.

O atestado ou receita médica é enviado por um número de WhatsApp oficial da Prefeitura de Jaraguá do Sul. O papel é impresso com assinatura e carimbo médico, escaneado e enviado para o paciente.

Foto Eduardo Montecino/PMJS

As informações do monitoramento de pacientes pela Central são incluídas no sistema da Secretaria de Saúde (Saúde Tech), o que antes era feito em planilhas no computador.

Assim, unidades de saúde e Central de Orientação acompanham a evolução dos sintomas dos pacientes.

Atualmente, são 39 linhas telefônicas disponíveis para atendimento, que funciona todos os dias, das 7h30 às 18h.

O telefone da Central de Orientação é: 0800-643-8089.

 

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