Grupo de brasileiros aluga carros para resgatar conterrâneos na Ucrânia

Foto: Arquivo Pessoal/Frente BrazUcra

Por: Elissandro Sutil

03/03/2022 - 08:03 - Atualizada em: 03/03/2022 - 08:49

Um grupo chamado Frente BrazUcra surge como uma esperança e solidariedade, em meio aos acontecimentos da guerra na Ucrânia.

Após a invasão russa, Lígia Lapa, radicada na Bulgária, entrou em um grupo no Telegram com outros brasileiros que também moram na Europa, para divulgar informações sobre rotas de fuga até as fronteiras ucranianas e se organizaram para conseguir resgatar brasileiros que tentavam sair do país.

Uma outra participante do projeto é Clara Magalhães Martins, que mora na Alemanha e um dia após a invasão russa, resolveu alugar um carro para ir à fronteira entre a Polônia e a Ucrânia.

Rodolfo Caires radicado na Irlanda, também apoiou a ideia da colega e se juntou ao projeto.

Os dois voluntários fazem o trajeto entre a Ucrânia e a Hungria para conseguir resgatar brasileiros. E também transportam alimentos, medicamentos e agasalhos comprados com o dinheiro arrecadado através do grupo para ajudar as pessoas que estão no caminho, deixando o território ucraniano.

Durante sua última jornada, Clara e o grupo de pessoas resgatados demoraram 16 horas para cruzar a fronteira com a Hungria. Além dos brasileiros, o grupo contava com um nigeriano e um ucraniano. Em uma publicação nas redes sociais, os resgatados contam que passaram quatro dias tentando sair do país.

Lígia explica como o grupo se divide para que possam ajudar as pessoas que precisam de resgate.

“Tentamos pegar informações sobre áreas de risco, fronteiras mais e menos acessíveis, acomodações e transportes para quem precisa ser retirado. Os trens estão muito cheios, então precisamos fretar vans e fazer contato com pessoas que podem oferecer carona”, completa.

O grupo conta com oito administradores, responsáveis por repassar informações a quem tenta deixar o território ucraniano.

A Frente BrazUcra já resgatou 20 pessoas entre as viagens de carro e diversas por meio das informações que disponibilizam. O grupo no Telegram, que começou com apenas cinco pessoas, agora conta com mais de mil membros.

Como várias pessoas saem das zonas de guerra sem nada, os voluntários organizaram uma vaquinha virtual para a arrecadação de fundos destinados à compra de itens básicos e aos custos das viagens de retirada.

Os voluntários começaram a se organizar com o próprio dinheiro para ajudar quem tenta sair das zonas de guerra.

“Nossa ideia é resgatar o máximo de pessoas que conseguirmos”, completa Lígia.

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