Santa Catarina articula com o Rio Grande do Sul e o Paraná ações conjuntas que priorizem o diálogo com os caminhoneiros, que realizam paralisações há sete dias em todo Brasil. O objetivo é garantir os serviços básicos, necessários ao bem estar da população. A informação foi apresentada na manhã deste domingo, 26, no comitê de gerenciamento de crise montado no Cigerd, em Florianópolis. Um pouco antes do encontro, o governador Eduardo Pinho Moreira havia conversado com os chefes do executivo dos estados vizinhos, José Ivo Sartori (RS) e Cida Borghetti (PR).
“As reuniões de monitoramento têm trazido conforto a população de Santa Catarina. Essa é a nossa responsabilidade. Por isso estamos dialogando com os grevistas, caminhoneiros, no sentido que as questões essenciais não sejam impedidas, afinal de contas não podemos responsabilizar ou punir a população por essa paralisação, que entendemos ter motivos justos”, afirmou o governador, que salientou que reuniões periódicas sobre o assunto têm acontecido desde a noite de terça-feira.
Comitê de crise
A reunião do colegiado pleno contou com a presença de secretários ou representantes de todas as pastas do governo estadual, seja presencialmente ou por videoconferência. Também estiveram presentes autoridades do Exército, da Aeronáutica, da Marinha, da Polícia Rodoviária Federal e da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam). Foi também realizado um balanço de cada uma das áreas do Governo do Estado.
O governador Pinho Moreira também fez questão de ressaltar que o comitê de crise continua monitorando todas as movimentações e consequências geradas pelo movimento grevista. Entre as prioridades, citou a manutenção dos serviços nas áreas de segurança pública, educação e saúde. Outra preocupação constante é quanto à manutenção da biossegurança em relação ao agronegócio catarinense. Os presentes no encontro relataram que houve avanços do sábado para o domingo nas negociações para que sejam mantidos os transportes de rações para o rebanho.
Prioridades
“A sanidade animal é uma conquista de décadas de Santa Catarina. É algo que precisamos preservar, para manter o nosso status de excelência. Praticamente um terço da riqueza do nosso Estado vem desse setor”, disse Moreira, durante a reunião do colegiado pleno.
Também presente à reunião, o general Ricardo Miranda, da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, contou que Santa Catarina ainda não esgotou todas as possibilidades de negociação com os grevistas, o que faz com que não tenha sido necessário até o momento do uso da força. Nacionalmente, na sexta-feira o presidente Michel Temer autorizou o uso das Forças Armadas para desbloquear as rodovias nacionais.
“Pelo que eu pude perceber, Santa Catarina está um passo à frente dos outros estados, já que este comitê de crise antecipou muitas das consequências que a greve geraria”, afirmou o general.
Outra ponto destacado pelas autoridades na reunião foi a necessidade de se dar prioridade ao abastecimento de combustível nos aeroportos do Estado, não apenas pelos prejuízos aos passageiros, mas principalmente pelo transporte de itens essenciais pela via aérea.