Governo do Estado busca soluções para as más condições das rodovias

Por: Claudio Costa

08/11/2017 - 11:11 - Atualizada em: 10/11/2017 - 09:16

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) lançou em outubro um estudo sobre as rodovias de todo o país. Os Estados da federação receberam recortes e Santa Catarina é um deles. Do total de 7.165 quilômetros de estradas pavimentadas no Estado, a pesquisa verificou 3.249 quilômetros de estradas federais e estaduais, 2.380 sob responsabilidade da União e outros 869 administrados pelo governo do Estado. Além das condições do pavimento, foram levadas em conta, o estado geral, a sinalização e geometria das vias.

No quesito estado geral, a maior parte das rodovias catarinenses (35,6%) está avaliada como regular. Outros 36,3% dos trechos pesquisados pela Confederação Nacional dos Transportes estão classificados como bom e ótimo. Mas outros 28,1% dos trajetos foram apontados como ruins ou péssimos. Quanto à qualidade do pavimento, 49,6% das estradas foram avaliadas como ótimas ou boas, 30,9% como regulares e outros 19,5% como ruins ou péssimas.

A sinalização das rodovias de Santa Catarina foi avaliada pela CNT como ótima ou boa em 35,9% dos casos. Em outros 35,9% das vias, foram classificadas como regulares. Em 28,2% dos casos, as estradas foram analisadas como ruins ou péssimas. O quesito geometria da via foi o que mais apresentou avaliações negativas. Em 50,2% das rodovias, a avaliação foi ruim ou péssima, 22,1% dos trajetos receberam classificação regular e 27,7% das estradas foram pontuadas como ótimas ou boas.

O governo do Estado busca soluções para resolver o problema da má qualidade das estradas catarinenses. De acordo com o secretário de Planejamento, Murilo Flores, existem dois modelos de gestão das rodovias que devem ser implantadas no Estado. O primeiro deles é o de concessão com cobrança em pedágios das vias com maior fluxo de veículos. Uma delas vai reunir rodovias do Norte de Santa Catarina. De acordo com Flores, dois trechos estaduais – Rodovia do Arroz (SC-108) e Estrada Dona Francisca (SC-418) – e uma rodovia federal, a BR-280, de São Francisco do Sul até Porto União, vão estar juntos no pacote.

Mesmo sem duplicação, BR-280 deve ser pedagiada

Mesmo com as obras de duplicação da BR-280 atrasadas, a intenção do governo do Estado é de que a licitação para a escolha da concessionária que vai administrar as rodovias saia no fim do ano que vem. “Os trechos licitados têm um grande fluxo de veículos e isso ajuda a baratear o preço do pedágio. O preço do pedágio e a demanda de investimento vai ser igual. A audiência pública da BR-470 já está agendada. O plano é que a audiência da BR-280 ocorra no ano que vem e que a licitação para a concessão saia até o final de 2018”, informa o secretário.

“A gente sabe que o governo federal não vai conseguir completar 100% da obra de duplicação. Estamos entrando em contato com os nossos deputados e senadores para que o máximo de recursos sejam reunidos para realizar o máximo de obras da duplicação e diminuir o investimento a ser feito pela concessionária, barateando o preço do pedágio. Se a concessionária não precisar investir, não vai precisar cobrar do usuário das rodovias sob concessão”, explica Flores.

Outra modalidade de concessão está voltada para 80% das rodovias, que não têm fluxo de veículos o suficiente para financiar uma estrutura de concessão. “Temos que encontrar um modelo de engenharia financeira que pague essa conta. Nós já temos os números de investimento para que todas as estradas estaduais estejam classificadas como ‘boas’ entre 12 e 15 anos. Existe a possibilidade de exploração comercial produtiva das margens das rodovias, cobranças de taxas que não estão sendo cobradas atualmente”, destaca, ao ressaltar que o dinheiro arrecadado seria utilizado para o pagamento de empresas que fariam toda a administração e manutenção das rodovias.

Na região, duas rodovias estaduais vivem momentos diferentes. A SC-110, que liga Jaraguá do Sul a Pomerode, passa por obras de revitalização. De acordo com a Agência de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul, um trecho de 12,2 quilômetros, desde a empresa Malwee até o pé da serra de Pomerode, ganhou uma nova camada asfáltica. A pista foi alargada, calçadas foram construídas, saída de ônibus e o acostamento foram feitos. Toda a sinalização vertical e horizontal foi refeita. O objetivo é garantir mais segurança para motoristas, pedestres e ciclistas que utilizam a rodovia todos os dias.

Do outro lado está a SC-108, no trecho que liga os municípios de Guaramirim e Blumenau. A rodovia com alto índice de acidentes parece estar esgotada. Para cobrar soluções, representantes da Agência de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul e dos municípios de Massaranduba, Blumenau, Luiz Alves e Pomerode foram até Florianópolis no mês de junho para cobrar a revitalização da estrada.

O secretário de Estado da Infraestrutura, Luís Fernando Vampiro, prometeu o recapeamento dos trechos críticos. Mas a revitalização completa do trecho vai depender de um projeto que ainda será elaborado.