Governo do Estado anuncia fechamento de escola

Por: OCP News Jaraguá do Sul

19/10/2016 - 07:10 - Atualizada em: 19/10/2016 - 09:17

Na primeira vez em que a escola básica São José abriu as portas Corupá ainda era distrito de Hansa Humboldt, pertencente a Jaraguá do Sul. Passados 87 anos, a unidade escolar está prestes a fechar as portas por determinação do Governo do Estado.

Fundada em 1929 e estadualizada em 1971, a escola deve parar de funcionar no fim deste ano letivo e os mais de 510 estudantes, que frequentam do primeiro ao nono ano, serão transferidos para a escola de educação básica Teresa Ramos. A informação foi confirmada pelo secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Jaraguá do Sul, Leonel Pradi Floriani.

A medida, segundo ele, é motivada pela crise financeira que o governo enfrenta neste ano, mas se alinha com a dinâmica de diminuir os custos do poder público. “Com a crise temos que nos adaptar. Hoje o Estado adota todas as medidas necessárias e esta é outra, mas sem prejuízo aos alunos. É evidente que a comunidade não quer, mas as duas escolas de Corupá não estão nem a um quilômetro de distância”, reforçou Floriani.

A gerente de educação da ADR, Cristiana Poltronieri, explica ainda que está sendo feita uma revisão do plano de ofertas educacionais do Estado, onde estão sendo avaliados todos os espaços ociosos das unidades, entre outras funcionalidades. “É uma questão de otimização de turmas e racionalização de custos. O São José é uma das escolas onde ainda se paga aluguel e que tem professores efetivos, mas grande parte ainda são ACTs e podem ser remanejados”, destaca.

A gerente não soube precisar o valor que será economizado com o fechamento da escola, nem quanto a unidade escolar custa aos cofres públicos. “Não tenho as tabelas aqui em mãos, mas é um valor alto que, a partir do próximo ano, pode ser revertido em melhorias e aquisição de materiais para a Teresa Ramos, por exemplo”, conta.

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Segundo Cristiana, a unidade que receberá os alunos tem capacidade para atender até 1,2 mil estudantes. No momento, tem 525 matriculados. Ela afirma que as matrículas de todos os alunos da São José já estão garantidas para o próximo ano na escola vizinha. Os pais serão chamados para uma reunião na próxima quarta-feira, às 19 horas, onde serão explicados os motivos e as dúvidas sobre a medida.

Os professores serão transferidos para a mesma escola, apenas o destino dos serventes que é incerto já que são contratados pela da Associação de Pais e Professores (APP). Cristiana comenta que deve ser montada uma nova APP e um novo levantamento sobre o número necessário de funcionários para atender a quantidade de alunos que a escola terá em 2017.

As mudanças estão acontecendo em todo o Estado, afirma a gerente, e outros municípios também fecharão unidades. “Todas as regionais tiveram que fazer essa avaliação e remanejamento. Todo ano teremos que fazer um novo estudo para o ano seguinte, apontando tudo o que for possível para operacionalizar e otimizar os processos educacionais”, explica.

Em relação aos repasses estaduais para a educação, a gerente explica que a prioridade é o pagamento dos servidores. “A folha de pagamento é prioridade do governo do Estado, todo ajustamento é para regularizar esse pagamento. Na merenda e transporte escolar temos mensalidades que não estão em dia, mas é algo que não prejudica o andamento e a continuidade dos serviços”, enfatiza.

A princípio, a escola São José será a única da região a ser fechada totalmente. Algumas outras unidades escolares sofrerão reduções e ou alterações, porém as mudanças serão apresentadas apenas na próxima segunda-feira (24).

Comunidade escolar sente o fechamento

Para a professora e presidente da Associação de Pais e Professores (APP), Deise da Silva Rivelles, a mudança é radical e os pais estão tristes, já que a escola possui 87 anos de história. “Todos estão preocupados e sentindo que é uma perda muito grande. Os pais ficam inseguros porque até então não foi repassado nada para eles”, diz.

Segundo ela, as mudanças afetam em todos os sentidos porque muda a logística, tanto para estudantes quando para professores. Ela comenta que foi confirmado que os alunos têm matrícula garantida na escola estadual Teresa Ramos. “A princípio, foi dito que professores também irão para lá e que tudo transcorre normalmente”, completa.