O frio intenso que se estabeleceu a partir desta semana, com indicativos de um inverso rigoroso, passa a exigir cuidados extras em relação à saúde. Baixas temperaturas estão diretamente associadas a problemas respiratórios que podem levar a complicações graves especialmente em faixas etárias extremas, como crianças e idosos. Além disso, outro estudo, feito pelo Núcleo de Cardiologia do Hospital Samaritano, de São Paulo, lança o alerta de que dias frios elevam o risco de complicações cardiovasculares e aumentam a incidência de infarto em 30% e de AVC (Acidente Vascular Cerebral) em 20%.
A justificativa para a potencialização dos riscos é que, com o frio, são liberadas substâncias que contraem as artérias para reter mais calor, ajudando o corpo a enfrentar as baixas temperaturas. Com isso, aumenta a espessura dos vasos sanguíneos e isso dificulta a circulação, aumentando o esforço que o coração precisa fazer para bombear sangue. O presidente da Associação Médica de Jaraguá do Sul (AMJS), médico patologista e citopatologista Antônio Carlos Scaramello, confirma esses riscos e orienta atenção redobrada aos sintomas.
Scaramello também lembra que a má circulação do sangue pode causar outros problemas, como o fenômeno Raynald, aos portadores de lúpulos e escleredermia, “pela vasoconstrução dos dedos da mão e do pé, que faz com que fiquem roxos e causem isquemia e gangrena”.
Outro problema circulatório preocupante envolve os fumantes, relacionado à tromboangeíte obliterante (TAO), que atinge os pés, com risco de gangrena nos dedos.
Sobre as doenças respiratórias, o especialista reforça a importância da prevenção e cita a necessidade da imunização contra a gripe, principalmente dos grupos prioritários. “A vacina da gripe demora um mês para fazer efeito. Não é a vacina que desenvolve a gripe, só aparece se estava incubada no organismo”, esclarece.
Outro alerta são as bronquiopneumonias que iniciam de forma imperceptível, evoluem a partir de um resfriado leve, febre baixa, tosse e catarro. “Mas pode atingir um segmento do pulmão até se disseminar por completo. O perigo maior é para as crianças e idosos, se não for investigado no início”, afirma o médico. Outra doença comum é a pneumonia lobar, que provoca pontadas de dor ao respirar, mais comum em adultos jovens.
“É preciso ficar atento com as baixas temperaturas, buscar lugares com ventilação e evitar aglomeração de pessoas. Febre, tosse, mal- estar, tonturas e resfriado exigem uma avaliação médica”, salienta.
Ainda de acordo com Scaramello, é preciso se agasalhar de forma adequada e ter cuidado com aquecedores elétricos, que exigem colocação de bacias com água no ambiente, para evitar a baixa umidade do ar. Já os aquecedores a gás são perigosos pela queima do oxigênio e possibilidade de liberação de monóxido de carbono.