Por: Misael Freitas
A paixão pela fotografia e a vontade de dar visibilidade à beleza de crianças especiais é o que move o projeto “Estrelinha”, que conta com mais de 75 voluntários em todo o Brasil. Em Jaraguá do Sul, os fotógrafos Andréia Fonseca, Cláudia Leu, Guilherme Avanci e Juliane Balsanelli são os responsáveis pelos cliques que retratam a infância dos pequenos que possuem algum tipo de deficiência.
O “Estrelinha” existe desde 2014 e foi criado pela fotógrafa curitibana Viviane Bachega. Através dele, profissionais de todo o país realizam ensaios gratuitos com crianças especiais de 0 a 12 anos. No fim de cada ensaio, as famílias são presenteadas com um book virtual com as fotos.
O objetivo da iniciativa é estimular a autoestima das crianças com deficiência e também promover o debate sobre o real significado do que consideramos como belo. Por aqui, a fotógrafa Cláudia Leu foi a primeira a entrar de cabeça nessa ideia. Ela conheceu o projeto logo depois dele ser criado e se apaixonou pela ideia.
Segundo a profissional, o momento das fotos é especial para as famílias e também para quem fotografa. “Antes de começar, eu converso bastante com os pais para entender as limitações das crianças”, conta. “Elas precisam de uma atenção especial, mas isso não é um empecilho para as fotos”, explica.
Os fotógrafos Juliane e Guilherme conheceram o projeto através do Instagram e entraram em contato com a idealizadora para saber como participar. Eles, que são um casal e trabalham juntos, reservam um espaço na agenda atribulada para fotografar as famílias de crianças excepcionais.
Para Juliane, as fotos precisam transmitir naturalidade. “Não queremos nada forçado ou posado demais”, explica. Ela considera que a procura pelos ensaios poderia ser maior, mas compreende que um álbum de fotografia não é a prioridade destas famílias.
A fotógrafa Andréia Fonseca também acredita que as famílias que possuem crianças especiais nem sempre consideram realizar um ensaio como este. “Os gastos desses pais muitas vezes são absurdos e não sobra dinheiro para pensar em fotos”, afirma.
Para Andréia, os ensaios do “Estrelinha” são importantes porque dão visibilidade a um outro tipo de beleza. “Queremos mostrar que essas famílias existem e que elas não são invisíveis”, garante. A fotógrafa realizou um curso de especialização para entender como lidar melhor com as crianças.
Mãe diz que fotos fizeram bem à família
Karin Cristiane Correa, mãe de Isaac, uma das crianças fotografadas, apoia o projeto incondicionalmente. O filho dela, que tem paralisia cerebral e enfrenta problemas cardíacos, foi clicado pelas lentes de Juliane e Guilherme. “O ensaio foi muito tranquilo e ele se divertiu bastante porque ficou bem a vontade”, conta. As fotos servem como um registro deste momento da família. “Infelizmente, não sabemos até quando ele estará com a gente”, reflete. Karin não pensa duas vezes ao indicar o projeto para outras famílias.
“A autoestima de todo mundo aumenta, principalmente a dos pais”, conta. “Eu compartilhei nas minhas redes sociais e todo mundo amou”, comenta orgulhosa. De fato, as redes sociais são o maior veículo de divulgação do “Estrelinha”. Os fotógrafos de Jaraguá do Sul publicam os ensaios em suas páginas para divulgar a ideia e fazer com que a iniciativa alcance mais pessoas.
Confira abaixo o ensaio realizado pelos fotógrafos: